O Irã convocou o embaixador da Alemanha, que detém a atual presidência da União Europeia, conforme o sistema rotativo, para esclarecer as críticas do bloco à execução do jornalista iraniano Ruhollah Zam, reportou a imprensa local neste domingo.
As informações são da agência Reuters.
O Ministério de Relações Exteriores do Irã planeja convocar ainda o representante francês em Teerã, segundo a agência de notícias Fars. A França também condenou a execução do jornalista dissidente, no sábado.
Zam residia em Paris antes de ser capturado e transferido ao Irã. Foi então condenado por incitar violência durante protestos contra o governo, em 2017. Sua página Amadnews possuía mais de um milhão de seguidores.
O bloco europeu declarou em nota, após a execução: “A União Europeia condena este ato nos termos mais contundentes e relembra mais uma vez de sua oposição irrevogável ao uso da pena capital em qualquer circunstância”.
LEIA: Advogados pedem ao Reino Unido que interceda por seus cidadãos presos no Irã em meio à pandemia
A chancelaria francesa descreveu a execução como “ato bárbaro e inaceitável”. Prosseguiu: “A França condena nos termos mais fortes essa grave violação dos direitos de liberdade de expressão e liberdade de imprensa no Irã”.
A Anistia Internacional e a organização Repórteres Sem Fronteiras (RSF) também repudiaram a medida iraniana.
O regime iraniano acusa Estados Unidos e Arábia Saudita, adversário regional de Teerã, além de opositores que vivem no exílio, de incitar levantes a partir de 2017, à medida que protestos populares contra a crise econômica tomaram as ruas por todo o país.
Segundo oficiais, ao menos 21 pessoas foram mortas durante as manifestações e milhares foram presas. Desde então, o Irã passa por alguns de seus maiores protestos em décadas. Em 2019, atos contra o aumento nos preços de combustíveis enfrentaram repressão letal.