Na sexta-feira (11), uma nota do gabinete representativo da União Europeia solicitou a Israel que cancele as ordens de despejo emitidas contra famílias palestinas nos bairros de Batan al-Hawa e Sheikh Jarrah, em Jerusalém Oriental ocupada.
Em 3 e 23 de novembro, cortes de Israel decidiram manter o despejo de oito famílias palestinas, em Batan al-Hawa, afetando 45 pessoas, incluindo crianças pequenas. Em seguida, determinaram ainda a expulsão de 32 pessoas, incluindo seis crianças, em Sheikh Jarrah.
Segundo o comunicado do bloco europeu, a decisão “impõe a todas as famílias iminente risco de transferência à força”.
Em 3 e 9 de dezembro, representantes da União Europeia e alguns estados-membros visitaram algumas das famílias sob ameaça de despejo, em ambos os bairros, no território ocupado.
Observou a nota: “Nos últimos anos, ordens de despejo aumentaram exponencialmente, sobretudo, em Sheikh Jarrah e Silwan, onde comunidades inteiras, abrangendo cerca de 200 famílias, estão sob risco”.
“Apenas em Batan al-Hawa, catorze famílias perderam suas casas desde 2015, e mais de 80 residências enfrentam ordens de despejo, sob iminente risco de deslocamento”, detalhou.
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Segundo a declaração: “A lei doméstica israelense, ao embasar tais alegações de despejo contra famílias, não exime Israel, como potência ocupante, de cumprir suas obrigações administrativas sobre o território ocupado, ao prover recursos e proteger a população local”.
“Israel não adquiriu soberania sobre o território ao longo de sua administração”, reiterou a nota.
“Conforme à posição de longa data da União Europeia sobre os assentamentos de Israel, ilegais segundo a lei internacional, e suas ações tomadas neste contexto, como transferência compulsória, demolições, despejos e confisco de casas, exortamos as autoridades israelenses a reverter as ordens sobre a pretendida evacuação”.
Prosseguiu: “As missões da União Europeia em Jerusalém e Ramallah recordam as sucessivas declarações e resoluções do Conselho de Relações Internacionais, nas quais o bloco reafirmou sua forte oposição à política de assentamentos israelenses e ações relativas, como despejo”.
“Esta política é ilegal sob a lei internacional e sua manutenção prejudica a viabilidade da solução de dois estados e o prospecto de uma paz duradoura, além de lesionar seriamente as chances de Jerusalém servir como futura capital de ambos os estados”, concluiu a nota.
Houve um aumento de 45% nas demolições e apreensões de estruturas palestinas na Cisjordânia ocupada, por forças israelenses, durante 2019, comparado ao ano anterior