Seria razoável supor que o maior santuário romano jamais construído estaria localizado em Roma. Entretanto, na verdade, é o Oriente Médio que abriga o maior complexo de templos deixados como legado do Império Romano, em todo o mundo.
Edificado no topo de uma colina que vigia o moderno Vale do Beqaa, Baalbek representou um dos locais de peregrinação mais importantes dos tempos antigos, notável destino para milhares de fiéis em procissão que veneravam os deuses Baco, Júpiter e Vênus.
Batizado em homenagem ao deus fenício Baal, a cidade antiga de Baalbek antecede o próprio domínio romano, com registros humanos que remontam a 9.000 a.C..
Após a conquista de Alexandre, o Grande, em 332 a.C., a cidade tornou-se conhecida como Heliópolis (Cidade do Sol) e manteve o nome durante todo o período greco-romano. Roma anexou Baalbek a seu império durante as guerras travadas no Oriente Médio e estabeleceu colônias por toda a região. Então, associou Baal a seu próprio deus solar, Júpiter, a quem construiu o primeiro templo, no ano 1 a.C..
Antigas ruínas fenícias resistem até hoje sob o Templo de Júpiter, o maior e mais imponente edifício religioso da história romano, concluído no ano 60 d.C.. Mais tarde, os romanos construíram o Templo de Baco e o pequeno Templo de Vênus nos arredores do local.
A estrutura colossal, que abriga as mais altas colunas de pedra em todo o mundo, foi edificada ao longo de mais de dois séculos e tornou-se um dos mais célebres santuários do mundo romano.
Com a ascensão do cristianismo no Império Romano, a região foi convertida e então poupada de negligência e destruição. O altar de Júpiter foi demolido por Teodósio I, que utilizou as pedras para construir uma basílica cristã, mas o antigo templo mais uma vez foi adaptado para servir como local de culto à cristandade recente, até a conquista islâmica da região.
Os muçulmanos renomearam a área como Al-Qaala (Fortaleza), após derrotarem as forças bizantinas na Batalha de Yarmouk. Então, ergueram uma mesquita entre os templos romanos, novamente fortificados. Séculos depois, a região caiu sob domínio otomano, após sobreviver a inúmeras campanhas militares, incluindo mongóis e bizantinos.
A maioria das ruínas foi restaurada ao longo do século XX por arqueólogos libaneses e europeus. Em 1984, o complexo de Baalbek foi inserido na lista de Patrimônios Mundiais da Organização das Nações Unidas para Educação, Ciência e Cultura (Unesco).
Hoje, Baalbek é considerado um tesouro nacional do Líbano e tornou-se cenário do Festival Internacional de Baalbek, que recebe grandiosas apresentações musicais e artistas de todo o mundo, anualmente.
Uma viagem ao Líbano seria incompleta sem visitar Baalbek, a fim de maravilhar-se com a grandeza e magnífica história deste patrimônio da Antiguidade.