As autoridades egípcias detiveram Abdul-Latif Shehab, ministro dos Transportes do gabinete do falecido presidente Mohamed Morsi, informou a mídia local na noite de sábado.
Abdul-Latif, que foi detido em sua casa a leste do Cairo, é o segundo ministro do gabinete de Morsi a ser detido no espaço de uma semana por alegações de adesão à “banida” Irmandade Muçulmana.
Antes de Abdul-Latif, as autoridades egípcias detiveram o ex-ministro de Recursos Humanos e Imigração, Khaled al-Azhari, em sua casa, por alegações de que ele se juntou a um “grupo terrorista”, financiando suas atividades.
Al-Azhari foi transferido para o Ministério Público para investigação. Ele nega as acusações.
O jornal estatal Akhbar Al-Youm disse: “O ex-ministro dos transportes detido é membro da terrorista Irmandade Muçulmana e está em contato com seus líderes no exílio.”
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“Ele participou de planos que visam minar a segurança e a estabilidade do país e está sendo investigado por essas acusações”, acrescentou.
O Centro de Direitos Humanos Al-Shehab (ONG) divulgou nota condenando a ação do governo:
“O Centro condena o desaparecimento forçado de Abdul-Latif, responsabiliza as autoridades egípcias por sua segurança, pede que revelem o local de sua detenção e o libertem imediatamente”, disse o comunicado de Al-Shehab.
Morsi foi o primeiro presidente egípcio eleito livremente. Ele foi eleito em 2012 e destituído quase um ano depois por seu ministro da Defesa, Abdel Fattah Al-Sisi, que desde então reprimiu grupos de oposição e declarou a Irmandade Muçulmana uma organização terrorista.