Nove policiais egípcios foram presos por torturar um vendedor de peixes até a morte.
Magdy Makin, comerciante copta de 50 anos, foi preso e mantido na delegacia de polícia de El-Amiria, em novembro de 2016, onde faleceu. Ao coletar o corpo, sua família observou sinais de tortura.
Uma autópsia revelou que a morte foi causada por coágulos de sangue em seus pulmões, provavelmente causados por um policial que pisou sobre suas costas. Havia também ferimentos de chibata em seu abdômen.
Tortura é uma ocorrência comum nas delegacias do Egito, mas policiais raramente são responsabilizados.
O assassinato de Magdy despertou uma onda de repúdio nas redes sociais, que levou à prisão de um oficial de polícia e três subordinados. Também foram indiciados por forjar seu mandado de prisão e deliberadamente obstruir o trabalho do Ministério do Interior.
Um dos policiais, porém, foi absolvido.
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Em outubro, Awais al-Rawi foi baleado e morto por um policial egípcio durante protestos populares que eclodiram no mês anterior, após opôr-se a agressões físicas e verbais contra seu pai, quando forças de segurança invadiram sua casa.
O caso viralizou online, sob a hashtag em árabe “Somos todos al-Rawi”.
No início de setembro, protestos despontaram na região de Gizé, após a morte de um jovem conhecido como Islam, o Australiano, torturado dentro de uma delegacia de polícia.
Khaled Saeed tornou-se ainda outro mártir da brutalidade policial, após imagens de seu corpo espancado viralizarem em 2010, o que contribuiu para mobilizar a revolução egípcia que depôs o longevo ditador Hosni Mubarak.
Entretanto, apesar do fim da violência policial ser uma das principais demandas do levante egípcio de 2011, o regime de Abdel Fattah el-Sisi, que chegou ao poder via golpe militar, dois anos depois, escalou novamente a repressão no país.