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34% das crianças no noroeste sírio sofrem atraso no desenvolvimento, reporta ONU

17 de dezembro de 2020, às 12h07

Crianças assistem aula em uma tenda improvisada em um campo de refugiados na Síria, 24 de novembro de 2020 [Muhammed Abdullah/Agência Anadolu]

Mark Lowcock, subsecretário-geral de assuntos humanitários e coordenador de assistência emergencial das Nações Unidas, divulgou que 34% das crianças no noroeste da Síria sofrem algum atraso no desenvolvimento devido à desnutrição.

Tais estatísticas dão dimensão à carência de alimentos e assistência básica na área, segundo um informativo de Lowcock ao Conselho de Segurança da ONU, emitido ontem (16).

Até 37% das mães nas áreas de deslocamento sofrem desnutrição, resultando no aumento de 5% em casos de má formação das crianças nascidas na região, conforme período de um ano. Um terço das crianças abaixo dos cinco anos de idade são afetadas.

A razão primordial para a desnutrição endêmica é o fato de 80% das famílias deslocadas não terem renda suficiente para cobrir necessidades básicas. O índice é pior em famílias sustentadas por mulheres, com salários de apenas 30% em relação aos homens.

A água também é um problema significativo aos deslocados internos em Idlib, alertou Lowcock.

“A eletricidade proveniente de distribuidores turcos aumentou o bombeamento a poços locais, no último mês, mas o fornecimento de água ainda está abaixo do necessário. A estação de bombeamento de Ein Al-Bayda poderia suprir a carência em Al-Bab, mas teria de ser retomada imediatamente”, relatou o oficial da ONU.

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Muitas das famílias deslocadas foram forçadas a fugir da província de Idlib, noroeste da Síria, considerada último posto da oposição, após o regime sírio de Bashar al-Assad e aliados russos bombardearem extensivamente a área, antes de um cessar-fogo em março.

Contudo, os deslocados sírios continuam em situação crítica, sem recursos e sequer saneamento básico, nos campos de refugiados espalhados em Idlib e arredores. Enquanto isso, o preço dos alimentos aumentou exponencialmente nos últimos meses.

A situação agravou-se ainda mais após Rússia e China votarem para fechar a maioria das travessias de fronteira entre Síria e Turquia, no Conselho de Segurança da ONU, neste ano.

A medida limitou efetivamente o envio de ajuda humanitária à região. Apenas uma das quatro travessias de fronteira permanece aberta, impondo maior risco a civis deslocados, diante de um inverno severo, sem comida ou combustível.

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