Na quarta-feira (16), ativistas lançaram uma campanha online por boicote ao Banco Islâmico de Abu Dhabi (ADIB), devido à sua cooperação com o Banco Leumi, de Israel, envolvido em atividades de assentamentos ilegais nos territórios palestinos ocupados.
A Campanha Popular por Boicote a Empreendimentos Sionistas denunciou no Twitter que a instituição emiradense assinou um acordo com o Banco Leumi, listado pela ONU como uma das empresas que operam nos assentamentos ilegais.
Em 16 de setembro, o ADIB anunciou um memorando de entendimento com o grupo financeiro Leumi, segundo maior banco de Israel, para explorar áreas de cooperação nos Emirados Árabes Unidos, Israel e outros mercados internacionais.
O ADIB é um dos maiores bancos varejistas dos Emirados, com capital de aproximadamente 3.63 bilhões de dirhams (US$988 milhões).
O acordo entre os bancos foi fechado apenas um dia após Emirados Árabes Unidos e Bahrein assinarem os chamados Acordos de Abraão, promovidos pelo governo dos Estados Unidos do presidente Donald Trump, para normalizar laços entre Israel e os países do Golfo.
O governo emiradense alega que o acordo foi um esforço para conter os planos israelenses de anexação ilegal de grandes partes da Cisjordânia ocupada.
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Críticos, no entanto, argumentam que as negociações para instituir laços com a entidade sionista ocorrem há anos, ao destacar reiteradas visitas de oficiais israelenses aos Emirados e sua participação em conferências no país do Golfo, que até então não possuía relações diplomáticas com o estado da ocupação.
Não obstante, o Primeiro-Ministro de Israel Benjamin Netanyahu reiterou que a anexação não está descartada, mas sim postergada, por ora.