A Índia acelerou seu processo de instalação de assentamentos coloniais na região de Jammu e Caxemira, ao transferir terras a ex-soldados, reportou no sábado (19) Masood Khan, presidente da administração autônoma local, ligada ao Paquistão.
Em nota, Khan afirmou que a Índia “age rapidamente, sob uma política bastante deliberada, para expropriar terras da Caxemira e transformar toda região ocupada em sua colônia”.
“O governo dos territórios ocupados de Jammu e Caxemira agilizou o processo de transferência de 200 kanals [25 acres] de terras agrárias a ex-oficiais do Exército da Índia, para construção de assentamentos militares”, declarou Khan.
O comunicado em questão foi emitido pela gestão paquistanesa da Caxemira em meio a relatos de que autoridades locais indianas identificaram terras no distrito de Bugdam, para estabelecer a primeira colônia de Sainik [soldados].
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Segundo o website The Print, um oficial indiano relatou, em condição de anonimato, que o objetivo principal da colônia é “conceder instalações de habitação a oficiais militares aposentados e suas famílias de Jammu e Caxemira”.
“A colônia também deverá abrigar viúvas e parentes de oficiais falecidos”, prosseguiu a fonte.
Em repúdio, Khan descreveu o projeto como “assentamento militar imposto para abrigar oficiais da reserva que massacraram nativos”.
No passado, tentativas indianas de construir assentamentos coloniais na região da Caxemira enfrentaram grande resistência dos residentes locais.
A liderança que reivindica a libertação da região, liderada pelo nonagenário Syed Ali Geelani, advertiu o governo da Índia contra o “assentamento de ex-oficiais do exército no território disputado de Jammu e Caxemira”.
O processo de identificação das terras para as novas colônias foi determinado em outubro deste ano, conforme informações do The Print.
Declarou o oficial anônimo ao website: “Dizem que o governo quer trazer tropas de fora e assentá-las aqui. Não é verdade. A instalação proposta cuidará fundamentalmente de ex-oficiais nativos de Jammu e Caxemira. São súditos do estado e não meros residentes”.
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