Conversas entre os partidos Likud e Azul e Branco (Kahol Lavan), em Israel, foram suspensas na noite de ontem (21), após o segundo recuar de acordos relacionados à aprovação de um projeto de lei para o orçamento de 2021.
Com o impasse, torna-se mais provável a realização de uma quarta eleição israelense em um período de dois anos, reportou a mídia local.
Em nota, o Likud – liderado pelo Primeiro-Ministro Benjamin Netanyahu – alegou que Benny Gantz, líder do partido rival, aumentou suas demandas diante da legislatura, a fim de atrasar a aprovação do orçamento, após uma primeira leitura no Knesset (parlamento).
“Devido a lutas internas no Azul e Branco, Gantz retirou todos os acordos alcançados nas negociações, até então”, afirmou o Likud, em nota, segundo o jornal Times of Israel. “Infelizmente, Gantz decidiu arrastar o país a eleições desnecessárias no pico do coronavírus”.
Declarou Netanyahu: “Trabalhamos muito duro para evitar as eleições, eleições desnecessárias. Chegamos a acordos com o Azul e Branco. Pensei que fossem promissores, que fossem bons acordos, capazes de evitar o pleito”.
Contudo, segundo o site de notícias Walla, Gantz relatou uma outra versão a seus apoiadores: “Dei a Netanyahu minha oferta final e ele ficou de me responder. Penso que dirá não e que o Knesset será dissolvido amanhã”.
LEIA: Chances de nova eleição em Israel são de 50%, afirmam fontes do partido Azul e Branco
Prosseguiu o atual Ministro da Defesa e premiê alternativo: “Caso hoje a noite eu saiba que ainda há algo a se fazer, avisarei vocês. Caso não, o Knesset vira abóbora logo amanhã”.
O Knesset tem até a noite de hoje para aprovar o projeto de lei para o orçamento do ano fiscal de 2021. Sem consenso, será dissolvido.
Após a terceira eleição israelense em menos de um ano, os partidos rivais decidiram compor uma coalizão de governo, conforme rotatividade do cargo de primeiro-ministro, entre seus líderes. Porém, a união mostrou-se bastante frágil, em iminente colapso.