Deslocado de Aleppo, Qassem Ahmad Sharraq Al-Zeit está se preparando para um inverno na Síria sob a lona – com a luta para manter sua esposa e quatro filhos protegidos contra o frio intenso agravado pela ameaça de um surto de coronavírus.
Até agora, cinco casos de covid-19 foram relatados no campo de Zuhour fora da cidade de Idlib, no noroeste, administrado pelo Exército Sírio Livre anti-governo e onde Al-Zeit e cerca de mil outros sírios estão levando uma existência precária.
Os casos, porém, têm aumentado continuamente no noroeste da Síria desde julho, como informa a instituição de caridade médica francesa Médicos Sem Fronteiras (MSF). Com as tendas superlotadas e a falta de serviços básicos de saúde e saneamento, a organização acredita nos riscos de um surto significativo no campo e outros semelhantes.
“Esperamos não ser esquecidos para receber a vacina, assim como fomos esquecidos por nosso país”, disse Al-Zeit à Reuters TV.
Cerca de 4 milhões da população da Síria está desabrigada após a guerra civil do país, e uma infraestrutura em ruínas torna improvável que sejam priorizados quando o lançamento das vacinas começar.
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Enquanto isso, há esperança nas ações de uma instituição de caridade local que está construindo edifícios de cimento ao redor do acampamento para servir como melhores instalações de quarentena e ajudar a manter isolados os que apresentam resultados positivos.
Os casos registrados de covid-19 no norte da Síria aumentaram em 91 para 19.538 na segunda-feira, disse o Ministério da Saúde do governo regional interino. Já são 289 mortes.