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Egito planeja processar Etiópia por prejuízos causados pelo conflito no Tigré

Imigrantes etíopes protestam contra ações militares do governo na região do Tigré, norte do país africano, em frente ao Departamento de Estado dos Estados Unidos, em Washington DC, 9 de novembro de 2020 [Nicholas Kamm/AFP/Getty Images]
Imigrantes etíopes protestam contra ações militares do governo na região do Tigré, norte do país africano, em frente ao Departamento de Estado dos Estados Unidos, em Washington DC, 9 de novembro de 2020 [Nicholas Kamm/AFP/Getty Images]

O Egito planeja registrar uma queixa legal internacional para supostamente proteger seus investimentos na Etiópia, afetados negativamente pelos confrontos na região do Tigré, reportou um oficial egípcio.

Segundo as alegações, mais de US$10 milhões foram perdidos por investidores egípcios na Etiópia, até então.

Após um encontro com oficiais etíopes para debater a questão, na última semana, Alaa al-Saqati, chefe da Zona Industrial do Egito na Etiópia, afirmou que não houve resposta satisfatória para que as fábricas retomem a produção, fechadas há quatro meses.

“Investimentos egípcios que totalizam cerca de US$600 milhões estão sob ameaça na Etiópia, pois seu governo dificulta o trabalho de investidores em diversas regiões do país”, declarou al-Saqati à rede Iram News.

Outra fonte de prejuízo, argumentou al-Saqati, é a crise decorrente da Grande Represa do Renascimento, que poderá afetar os recursos do Rio Nilo. Segundo o oficial, investimentos egípcios deverão aumentar, caso haja um acordo entre o Cairo e Addis Ababa.

LEIA: Etíopes arriscam suas vidas para chegar ao Sudão, devido aos confrontos em Tigré

A Etiópia está construindo uma barragem no valor de US$5 bilhões, perto da fronteira com o Sudão, ao prometer que a infraestrutura será capaz de fornecer eletricidade a todo o país e restaurar sua economia.

O Egito acredita que a represa poderá restringir seu acesso às águas do Nilo. O país árabe é absolutamente dependente do rio, ao receber aproximadamente 55.5 milhões de metros cúbicos por ano, utilizados para agricultura, consumo e geração de energia.

O Cairo reivindica que o governo etíope garanta o fornecimento de 40 bilhões de metros cúbicos ou mais das águas do Nilo. O Ministro de Irrigação da Etiópia Seleshi Bekele afirmou que o Egito abandonou a demanda, mas sua contraparte insiste em desmentí-lo.

Há também a questão em aberto sobre a celeridade com a qual será preenchida a barragem. Autoridades egípcias temem que, caso rápido demais, possa afetar a geração de energia elétrica na Represa de Assuã.

A região do Tigré, norte do território etíope, vivencia confrontos entre forças do governo federal e autoridades regionais, desde novembro. O Primeiro-Ministro da Etiópia Abiy Ahmed declarou vitória, mas a violência continua.

O combate no Tigré já levou mais de 52.000 refugiados etíopes a fugir em direção ao Sudão, a maioria, à região de fronteira de al-Qadarif.

ASSISTA: Soldados e civis fogem do conflito na Etiópia em direção ao Sudão

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