Israel pretende aprovar milhares de unidades de assentamentos ilegais nos territórios ocupados de Jerusalém Oriental e Cisjordânia, ainda antes da posse de Joe Biden como Presidente dos Estados Unidos, em 20 de janeiro.
As informações são da agência Anadolu.
A emissora israelense KAN afirmou que o Conselho Supremo de Planejamento e Obras de Israel, corpo responsável por supervisionar novos projetos coloniais, deverá se reunir na próxima quinzena para aprovar a construção de milhares de unidades na Palestina ocupada.
Os planos já foram estabelecidos, mas requerem a aprovação do conselho. A reportagem reiterou que as autoridades de Israel desejam deferir as obras antes da chegada de Biden à Casa Branca, no final de janeiro.
A ong israelense Peace Now denunciou que a atividade colonial nos territórios ocupados dobrou nos últimos quatro anos, durante o mandato do então presidente Donald Trump.
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A lei internacional considera Cisjordânia e Jerusalém Oriental como territórios ocupados. Portanto, todas atividades relacionadas à construção e desenvolvimento de assentamentos exclusivamente judaicos na região são ilegais.
Ainda em dezembro, a Autoridade Palestina condenou a “agressão contínua e gradativa” de colonos israelenses contra os nativos palestinos e suas propriedades, nas terras ocupadas de Jerusalém Oriental e Cisjordânia, segundo a agência de notícias Wafa.
O Ministério de Relações Exteriores da Autoridade Palestina descreveu os ataques de colonos como “parte de uma campanha apoiada e gerida pelo estado da ocupação e suas instituições, com o propósito de judaizar a Área C”.
A chamada Área C é uma grande porção da Cisjordânia ocupada, sob pleno domínio militar e administrativo de Israel.
Segundo a chancelaria palestina, a campanha israelense pretende limpar os territórios palestinos ocupados de seus habitantes nativos, a fim de substituí-los por colonos judeus.
A protelação para impedir tais agressões, além da indiferença de organizações influentes e a política aplicada de dupla moral, reflete a “apatia” da comunidade internacional diante dos crimes cometidos por Israel, reiterou a Autoridade Palestina.