Neste domingo (27), a Turquia saudou o novo governo do Iêmen, após este tomar posse em seu exílio em Riad, capital da Arábia Saudita, segundo informações da agência Anadolu.
“Esperamos que este novo desenvolvimento contribua para a solução do conflito e da crise humanitária que já dura seis anos [no Iêmen]”, declarou o Ministério de Relações Exteriores da Turquia, em nota oficial.
O conflito iemenita tornou-se uma tragédia humanitária “sem precedentes”, agravada pela pandemia de coronavírus, prosseguiu o comunicado. “Deste modo, encontrar uma solução política duradoura no país é uma necessidade urgente”.
A Turquia apoia a solução do conflito com base nas resoluções do Conselho de Segurança da ONU e parâmetros internacionais estabelecidos, via diálogo e legitimidade constitucional, de modo a respeitar a unidade política e a integridade territorial do Iêmen.
O gabinete de governo, chefiado pelo Primeiro-Ministro Maeen Abdul Malik, foi composto sob o chamado Acordo de Riad, assinado entre o governo iemenita e o movimento separatista Conselho de Transição do Sul (CTS), que recebe apoio dos Emirados Árabes Unidos.
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Em 18 de dezembro, a presidência do Iêmen anunciou a formação de um novo governo de união nacional, com 24 ministros selecionados equitativamente entre províncias do sul e norte do país árabe, conforme o pacto saudita.
O novo governo inclui cinco ministros do Conselho de Transição do Sul.
O Acordo de Riad foi assinado entre o governo iemenita e o movimento separatista, em novembro de 2019, promovido pela coalizão liderada pela Arábia Saudita que intervém no conflito no país vizinho. O tratado pretendia encerrar confrontos entre as partes.
O Iêmen é assolado por guerra civil desde 2014, quando rebeldes houthis, ligados ao Irã – rival regional da Arábia Saudita e dos Emirados Árabes Unidos – tomaram grande parte das províncias setentrionais do país, incluindo a capital Sanaa.
A violência escalou em 2015, quando uma coalizão militar saudita decidiu intervir a favor do presidente aliado, Abd-Rabbu Mansour Hadi.
Segundo o Escritório das Nações Unidas para Coordenação de Assuntos Humanitários (OCHA), o conflito no Iêmen resultou em 233.000 mortos, até então.
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