Jake Sullivan, assessor de segurança nacional do futuro Presidente dos Estados Unidos Joe Biden, criticou ontem (29) a Arábia Saudita por condenar Loujain al-Hathloul, proeminente ativista dos direitos das mulheres, a quase seis anos de prisão.
“A pena a Loujain al-Hathloul, imposta pelo regime saudita somente por exercer seus direitos universais, é injusta e preocupante. Como dissemos antes, a gestão Biden-Harris contestará violações de direitos humanos, onde quer que ocorram”, declarou Sullivan no Twitter.
Na segunda-feira (28), uma corte saudita antiterrorismo condenou al-Hathloul e Maya al-Zahrani – detida horas depois de comentar online sobre a prisão da colega ativista – a cinco anos e oito meses de prisão em regime fechado.
Segundo Lina al-Hathloul, a corte suspendeu dois anos e dez meses da sentença de sua irmã, Loujain, conforme liberdade condicional. A família entrará com recurso contra a pena.
LEIA: Trump considera anistia ao príncipe saudita, acusado de tentar matar seu ex-chefe de espionagem
A mídia estatal saudita alegou que al-Hathloul foi condenada por “diversas atividades proscritas pela lei antiterrorismo”, incluindo acusações de incitação por reformas, filiação a uma agenda internacional e uso da internet para ferir a ordem pública.
Al-Hathloul foi presa junto de outras ativistas feministas, em maio de 2018, semanas antes da Arábia Saudita suspender uma proibição de décadas ao direito das mulheres de dirigir.
Em outubro último, al-Hathloul lançou uma greve de fome que durou semanas, para protestar contra as condições impostas contra ela e outras mulheres, no sistema penitenciário saudita.
Um relatório de dezembro denunciou que al-Hathloul e outras ativistas foram torturadas e estupradas na prisão.