Israel e Emirados Árabes Unidos (EAU) estão trabalhando juntos para tentar encerrar as operações da Agência das Nações Unidas de Assistência aos Refugiados da Palestina (UNRWA), segundo o jornal francês Le Monde.
A UNRWA passa por um dos momentos de maior dificuldade em sua história, desde 1949, quando foi estabelecida para prover assistência a 750.000 palestinos expulsos de suas casas por milícias sionistas, via limpeza étnica, durante a Nakba (catástrofe).
Atualmente, a agência oferece serviços essenciais a cerca de 5.3 milhões de refugiados palestinos nos territórios ocupados, Jordânia, Líbano e Síria.
Em Gaza, os refugiados são submetidos aos efeitos do cerco militar israelense, imposto há treze anos. Em solo sírio, 91% dos palestinos vivem em situação de miséria. No Líbano, 89% dos palestinos deslocados pela guerra civil síria dependem de ajuda humanitária.
Entre 2018 e 2019, os Emirados Árabes Unidos – junto de Catar e Arábia Saudita – apresentaram-se como doador majoritário à UNRWA, a fim de compensar a suspensão no envio de recursos dos Estados Unidos, conforme decisão do então presidente Donald Trump.
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Entretanto, segundo a reportagem do jornal francês, o mais recente processo contra as atividades da agência está em curso desde agosto último, quando Israel e Emirados Árabes Unidos anunciaram a normalização das relações entre os países.
Abu Dhabi estaria conduzindo uma campanha própria em favor de uma demanda histórica do estado sionista, segundo a qual a entidade internacional “obstrui a paz, ao alimentar nos refugiados o sonho de retornar às terras deixadas por seus pais, em 1948”.
Como resultado das sucessivas campanhas promovidas por Israel e seus aliados, a UNRWA vive hoje o risco de falência.
O Le Monde observou que a nova postura emiradense poderá efetivamente ajudar Israel a conquistar um objetivo de longa data: “aniquilar” os direitos legítimos dos refugiados palestinos.
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