O procurador-geral do governo israelense, Avichai Mandelblit, consultou secretamente especialistas em direito sobre os casos de corrupção do primeiro-ministro Benjamin Netanyahu, sem o conhecimento do Ministério da Justiça, revelou o Haaretz ontem.
Mandelblit discutiu com os consultores jurídicos fora de seu escritório, com “acadêmicos” antes de apresentar a acusação contra Netanyahu. Os especialistas em direito foram solicitados a manter o assunto em segredo.
Um dos “acadêmicos” foi informado, de acordo com o Haaretz, que Mandelblit planejava indiciar Netanyahu, mas ele não podia depender de sua própria equipe do Ministério Público para questões importantes. Este especialista disse que viu a sua participação nas discussões como uma “missão nacional”.
Dois dos consultados se recusaram a participar das discussões, pois um deles disse que sua esposa está representando Netanyahu e o outro disse que oferece consultas jurídicas ao primeiro-ministro.
“Mandelblit foi muito cauteloso, pois não nos deu nenhum material escrito e tudo foi levado verbalmente”, disse um dos especialistas em direito pelo Haaretz.
LEIA: Comitê que investiga corrupção de Netanyahu renuncia, em Israel
O oficial perguntou aos especialistas se ele poderia classificar como suborno os relatos de que o site de notícias Wallah publicara histórias positivas sobre Netanyahu e sua família em troca de serviços prestados ao editor.
Netanyahu está emaranhado em quatro escândalos políticos: Caso 1000, que envolve alegações de que o PM e sua esposa aceitaram presentes ilegais de empresários; Caso 2000, que acusa Netanyahu de tentar comprar cobertura jornalística favorável; Caso 3000, também conhecido como o “escândalo do submarino”, em que Israel teria comprado embarcações navais e submarinos de uma empresa alemã com milhões de siclos supostamente “roubados” do topo das negociações para lucro pessoal; e Caso 4000, no qual um associado próximo de Netanyahu é suspeito de fornecer informações confidenciais à maior empresa de telecomunicações de Israel.