O ex-chefe do Estado-Maior do Exército israelense, Gadi Eisenkot, disse que o aprofundamento da divisão dentro do estado e a incapacidade de formar um governo estável são a verdadeira ameaça à existência de Israel, não os inimigos externos.
Em um artigo publicado no jornal Yediot Ahronot na quinta-feira, 31 de dezembro, o general Eisenkot disse que Israel está passando atualmente por um período muito difícil, em que, além das ameaças externas, o país enfrenta uma grave crise política e uma crescente falta de confiança nas instituições políticas e estatais.
“Esta é uma crise que aprofunda a polarização e a divisão na sociedade israelense”, disse ele.
O general aposentado criticou os líderes políticos israelenses dizendo “Israel precisa de uma liderança que conduza o estado e avance seus valores nacionais e cristalize uma visão nacional acompanhada de uma estratégia apropriada”.
Ele alertou que, além da crise do coronavírus, das crises econômica e social, os desafios da segurança não desapareceram, nomeadamente o conflito com os palestinos e a busca do Irã pela hegemonia regional e aquisição de armas nucleares.
LEIA: Israel realizou quase 300 ataques à Gaza em 2020, relata Exército
“Esses são desafios difíceis, mas não são uma ameaça existencial. Israel está firme na frente deles e implementa uma estratégia que garante sua vantagem militar qualitativa ao buscar constantemente construir sua força nacional e militar”, acrescentou.
Ao comentar sobre o conflito israelense-palestino, Eisenkot disse que a proposta do Estado binacional poderia ser destrutiva para o futuro de Israel, apelando à necessidade de se separar dos palestinos, de preferência por meio de um acordo com estritos arranjos de segurança.
Com relação à Faixa de Gaza, Eisenkot pediu um acordo de longo prazo baseado em um cessar-fogo absoluto.
Mais cedo, na quarta-feira (30) a mídia israelense noticiou que Eisenkot decidiu não concorrer nas próximas eleições para o Knesset.