Neste sábado (2) um carro-bomba atingiu uma empresa turca na Somália, resultando em quatro trabalhadores mortos, incluindo um cidadão turco, reportou o Ministério de Relações Exteriores da Turquia, segundo informações da agência Reuters.
A equipe da empresa trabalhava na construção de uma estrada entre a capital somali Mogadishu e a cidade a noroeste de Afgoye.
Abdiasis Abu Musab, porta-voz militar para o grupo al Shabaab, filiado à Al Qaeda, assumiu responsabilidade pelo ataque em nome de sua organização. O incidente ocorreu na periferia de Mogadishu, segundo relatos de residentes da região atingida.
Oficiais do governo somali não comentaram imediatamente sobre o caso.
Após a grande fome de 2011, a Turquia tornou-se fonte majoritária de ajuda à Somália, como parte dos esforços de Ancara para aumentar sua influência no chamado Chifre da África, a fim de reagir à presença de rivais do Golfo, como Arábia Saudita e Emirados Árabes Unidos.
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Em janeiro de 2020, insurgentes do al Shabaab assumiram a responsabilidade por um atentado a carro-bomba que feriu ao menos quinze pessoas, em Afgoye, incluindo empreiteiros turcos e operários somalis.
Em dezembro de 2019, um grupo de engenheiros turcos esteve entre as vítimas de uma explosão em um posto de controle em Mogadishu, que matou ao menos 90 pessoas.
Nos últimos anos, o Presidente da Turquia Recep Tayyip Erdogan tornou-se um aliado próximo do governo somali. Ancara construiu escolas, hospitais e infraestrutura, além de fornecer bolsas a estudantes somalis em solo turco.
Em 2017, a Turquia abriu sua maior base militar no exterior, em Mogadishu.
Entretanto, a aliança empurrou o país africano ao centro da luta regional entre Arábia Saudita e Emirados Árabes Unidos, por um lado, e Catar e Turquia, por outro.
O grupo al Shabaab frequentemente executa ataques a bomba para tentar prejudicar o governo central da Somália, que recebe apoio de tropas de paz da Organização das Nações Unidas (ONU) e da União Africana.