O Líbano começará os preparativos para construir um hospital de campo concedido pelo Catar, para lidar com as repercussões da explosão em Beirute, em 4 de agosto, e a crise do coronavírus, reportou a rede 961.
O plano foi aprovado pelo Ministério da Saúde ontem (6), após reunião do governo no palácio municipal de Trípoli, cidade considerada capital do norte do Líbano. O prefeito da cidade, Riad Yamak, que apresentou o plano, confirmou a decisão a repórteres.
O hospital será construído pelo Exército do Líbano em um terreno doado por um empresário local, na cidade de Trípoli.
A decisão foi tomada em resposta ao grave aumento de casos de coronavírus no Líbano, após regras restritivas serem relaxadas durante o Natal e Ano Novo. Dezenas de milhares de turistas voaram ao país durante as festas, reportou a rede Associated Press (AP).
LEIA: Patriarca maronita alerta contra ‘colapso absoluto’ do Líbano
Nesta quarta-feira (6), o Líbano registrou 4.166 novas infecções, maior índice diário desde fevereiro de 2020, quando foi diagnosticado o primeiro caso de covid-19 no país.
O número de casos deve continuar a aumentar, declarou o Dr. Firas al-Abyad, diretor do Hospital Universitário Rafic Hariri, em Beirute.
Segundo a rede Arab News, al-Abyad destacou: “Pela primeira vez desde que o vírus começou a circular, mais de 30% dos testes PCR conduzidos no hospital em um único dia retornaram positivos. Isso significa que haverá maior número de casos nas próximas semanas”.
Profissionais de saúde alertam para a falta de leitos e remédios nos hospitais. As unidades de terapia intensiva (UTIs) já atingiram 90% da capacidade. O aumento dramático nos casos levou o Líbano a um quinto lockdown, a partir de hoje, previsto para durar até 1° de fevereiro.
No início desta semana, o presidente libanês Michel Aoun anunciou a assinatura de um contrato com a farmacêutica Pfizer para comprar vacinas contra o coronavírus.
Contudo, apenas 60.000 doses deverão chegar a doze centros de imunização no país – com 6.8 milhões de habitantes – até meados de fevereiro, reportou o jornal Daily Star.
O chefe do Comitê de Saúde do Parlamento do Líbano, Assem Araji, afirmou à imprensa nacional que o tamanho reduzido da primeira remessa deve-se à prioridade de aplicação a profissionais de saúde, para saber como proceder com a campanha de vacinação.
Em contrapartida, Araji prometeu que, até o fim de julho de 2021, o Líbano receberá 2.1 milhões de doses da vacina, conforme estipulado pelo contrato com a Pfizer.
LEIA: Ministro da Saúde do Líbano descreve as mortes pela explosão em Beirute como ‘destino’