Izumi Nakamitsu, subsecretária-geral e representante das Nações Unidas para o desarmamento, afirmou nesta terça-feira (5) que a comunidade internacional não pode ainda ter plena confiança de que o programa de armas químicas da Síria foi eliminado.
Via videoconferência, Nakamitsu argumentou ao Conselho de Segurança da ONU que as declarações iniciais da Síria sobre sua reserva e programa de armas químicas não podem ser ainda consideradas “precisas e completas”.
Segundo Nakamitsu, a análise conduzida pela Organização para a Proibição de Armas Químicas (OPAQ) é suscetível a “lacunas identificadas, inconsistências e discrepâncias ainda não solucionadas”.
A oficial da ONU declarou que dezenove questões permanecem pendentes no que se refere às reservas de armas químicas da Síria, incluindo informações concedidas pelo regime de Bashar al-Assad de que uma fábrica especializada jamais foi utilizada para produção militar do tipo.
“Contudo, uma revisão de todos os materiais obtidos pela equipe de análise, desde 2014, incluindo amostras, sugere que a produção ou armamentização de agentes químicos de efeito neurológico ocorreu ali”, prosseguiu Nakamitsu.
A Síria ainda tem de responder a um pedido do Secretariado Técnico das Nações Unidos para reportar os tipos e quantidades exatos de agentes químicos produzidos no local, reiterou.
Nakamitsu destacou também a importância de responsabilizar criminalmente todos os responsáveis pelo uso de armas químicas, sobretudo contra civis.
Em relatório de 2017, a organização Human Rights Watch informou: “Novas evidências apoiam a conclusão de que o governo sírio utilizou agentes de efeito neurológico em ao menos quatro incidentes recentes: em 4 de abril, em um ataque de armas químicas contra Khan Sheikhoun, que matou 90 pessoas, e três outras ocasiões, em dezembro de 2016 e março de 2017”.
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