A Autoridade Palestina afirmou neste domingo (10) que espera receber suas primeiras doses da vacina contra o covid-19 em março, conforme acordo com a farmacêutica AstraZeneca.
Além disso, acusou Israel de ignorar seu dever estabelecido pela lei internacional para garantir que a vacinação seja disponibilizada nos territórios ocupados.
As informações são da agência Reuters.
Apesar de Israel assumir a liderança per capita em imunizações no mundo, os palestinos na Cisjordânia ocupada e na Faixa de Gaza sitiada ainda não receberam nenhuma dose.
Yasser Bozyeh, diretor-geral de saúde pública da Autoridade Palestina, relatou à Reuters que os palestinos buscaram aquisições da AstraZeneca, Moderna, Johnson & Johnson e Rússia, que desenvolveu sua vacina Sputnik V.
Suprimentos também deverão chegar à Palestina via um programa da Organização Mundial da Saúde (OMS) para vacinação em países pobres e em desenvolvimento.
O laboratório AstraZeneca não comentou imediatamente sobre a compra do imunizante pela Autoridade Palestina.
LEIA: ONG de Israel: Israel é obrigado a fornecer incondicionalmente a vacina COVID-19 para Gaza
O Ministério de Relações Exteriores da Autoridade Palestina afirmou em nota que Israel está negligenciando seus deveres como potência ocupante, “ao cometer discriminação racial contra o povo palestino, ao privá-lo do direito à saúde”.
“A busca da liderança palestina para assegurar vacinas de diversas fontes não exime Israel de suas responsabilidades em relação ao povo palestino, sobretudo ao concedê-lo a vacinação”, declarou o comunicado.
O programa de imunização de Israel supostamente cobre cidadãos árabes do país e residentes palestinos em Jerusalém Oriental ocupada.
Na Cisjordânia, o estado sionista vacinou colonos ilegais israelenses, mas recusou-se a imunizar os nativos palestinos.
Grupos de direitos humanos, incluindo a Anistia Internacional, denunciam que Israel possui a obrigação legal de fornecer vacinas aos palestinos que vivem sob ocupação.
Oficiais israelenses prometem vacinar os palestinos locais somente após imunizar a população judaica.
Gerald Rockenschaub, chefe da OMS nos territórios ocupados, reportou no domingo que realizou “discussões informais” com Israel para alocar parte de seu fornecimento aos palestinos, sobretudo profissionais de saúde. Segundo Rockenschaub, Israel sugeriu explorar a alternativa.
LEIA: No apartheid israelense, vacina como propaganda e solidariedade fake