A família do cidadão turco Halil Gozel, sequestrado por milícias do general renegado Khalifa Haftar há cerca de onze meses, expressou temores sobre seu destino, ao exigir detalhes de seu paradeiro e sua soltura.
Sua filha, Meltem, de 27 anos, relatou que Gozel trabalhou na Líbia durante anos, mas reiterou preocupações após perder contato com o pai, desaparecido em 6 de fevereiro de 2020, na cidade de Sirte, a meio caminho de Benghazi à capital Trípoli.
“Já se passaram onze meses desde que perdi contato com meu pai”, enfatizou Meltem, em entrevista à agência Anadolu. “Meu marido foi a última pessoa a falar com ele por telefone, no último dia 3 de fevereiro”.
Prosseguiu: “Soubemos por seus colegas líbios, que possuem lojas na região onde trabalhava, que as forças de Haftar levaram meu pai a um local desconhecido, justamente por causa de sua cidadania turca”.
“O mundo desabou sobre nós quando soubemos do sequestro de meu pai. Eles mantêm em cativeiro uma pessoa inocente, somente porque é um cidadão turco”, reiterou Meltem.
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Desde abril de 2019, o Governo de União Nacional, com sede em Trípoli, permanece sob ataque de forças paramilitares do general renegado Khalifa Haftar. A Turquia apoia o governo reconhecido internacionalmente, na capital líbia.
Parceiros comerciais de Gozel e dois membros de sua equipe também desapareceram, na mesma ocasião. Sua loja foi saqueada.
“O problema é que sequestraram meu pai junto de diversos comerciantes e trabalhadores turcos da região. Meu pai está preso não porque cometeu algum crime, mas porque nasceu na Turquia”, reiterou a família do comerciante de 53 anos.
Gozel pretendia comparecer ao casamento de sua filha, em junho.
“Meu pai era amado por todos. Mesmo os filhos de nossos vizinhos nos perguntam quando o tio Halil vai voltar. O sequestro de nosso pai nos causa enorme sofrimento”, concluiu Meltem.