Arábia Saudita condena aval israelense para 800 novas unidades de assentamentos ilegais

Assentamento ilegal israelense na cidade de Nablus, Cisjordânia ocupada, 18 de outubro de 2020 [Shadi Jarar’ah/Apaimages]

A Arábia Saudita condenou hoje (13) a aprovação israelense para a construção de 800 novas unidades de assentamentos ilegais, na Cisjordânia ocupada, ao descrever a medida como ameaça a uma solução política e pacífica para a região.

Em nota, o Ministério de Relações Exteriores da Arábia Saudita afirmou: “Condenamos veementemente a decisão de Israel de aprovar o estabelecimento de 800 novas unidades de assentamentos na Cisjordânia e reiteramos nosso repúdio categórico a esta medida, como nova violação da legitimidade internacional, ameaça à paz e prejuízo aos esforços para a solução de dois estados”.

A condenação pública ocorre um dia após o Primeiro-Ministro de Israel Benjamin Netanyahu ordenar o avanço de planos para construir 800 novas casas a colonos instalados nos assentamentos exclusivamente judaicos de Beit El, Tal Menashe, Rehelim, Shavei Shomron, Barkan, Karnei Shomron e Givat Zeev, na Cisjordânia ocupada.

A data para início das obras não foi divulgada.

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Apesar de reiterados alertas de aliados israelenses contra a construção de novos assentamentos na Cisjordânia – considerados ilegais, segundo a lei internacional –, Tel Aviv insiste em seus esforços de expansão colonial, a fim de aprofundar a ocupação nos territórios palestinos e asseverar domínio sobre áreas estratégicas.

A França também condenou a decisão israelense.

O repúdio saudita contrasta com o contexto de especulação em torno da possível normalização das relações entre a monarquia islâmica e Israel, após acordos do tipo serem assinados por Emirados Árabes Unidos, Bahrein, Sudão e Marrocos, na segunda metade de 2020.

A Arábia Saudita não descartou a possibilidade, mas reiterou que os palestinos devem primeiro obter seus direitos de igual representação e autonomia, antes de qualquer medida de normalização ser implementada com o estado sionista.

Em outubro último, o chanceler saudita, príncipe Faisal Bin Farhan, declarou: “Sempre vislumbramos que a normalização ocorreria, mas para tanto também precisamos de um estado palestino e de um plano de paz palestino-israelense”.

Não obstante, certo revés acometeu recentemente as relações cada vez mais próximas entre Riad e Tel Aviv.

Mohammed Bin Salman, príncipe herdeiro e governante de fato da Arábia Saudita, junto de um oficial próximo, Turki al-Faisal, condenaram em dezembro o “muro do apartheid” de Israel, ao argumentar que sua construção isola os palestinos em “campos de concentração”, ao efetivamente negar direitos iguais a cidadãos não-judeus.

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