A Interpol emitiu três notificações internacionais de prisão na terça-feira (12) para o capitão e proprietário do navio que causou a explosão em Beirute em 4 de agosto, informou a Associated Press (AP).
O MH Rhosus transportou 2.750 toneladas de nitrato de amônio altamente explosivo para Beirute em 2013, quase sete anos antes de a substância explodir, em agosto de 2020.
A grande explosão deixou mais de 200 mortos, milhares de feridos e 300.000 desabrigados.
Os avisos vermelhos da Interpol são para dois russos, o capitão do navio e o empresário residente em Chipre, que comprou o navio em 2012, informou a Agência Nacional de Notícias do Líbano (NNA).
O terceiro mandado de prisão foi emitido para um comerciante de nitrato português que visitou o armazém onde a substância estava armazenada de forma insegura em 2014.
Os nomes dos três suspeitos não foram publicados pela Interpol.
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No entanto, a mídia local identificou o trio como Boris Prokoshev, o ex-capitão do navio, Igor Grechushkin, o proprietário do navio, e Jorge Manuel Mirra Neto Moreira, o comerciante português de nitrato.
Grechuskin foi interrogado no Chipre por uma equipe de investigadores libaneses em setembro, segundo a Agence France Presse (AFP).
Ghassan Khoury, promotor estadual do Líbano, solicitou mandados de prisão da Interpol para o proprietário e capitão do navio em outubro.
Um aviso vermelho é um pedido para que as autoridades policiais em todo o mundo localizem e prendam provisoriamente a pessoa nomeada em preparação para extradição ou ação legal.
Embora seja comumente visto como a coisa mais próxima de um mandado de prisão internacional, um mandado de prisão da Interpol não exige que as autoridades prendam o sujeito.
Quase 30 funcionários, a maioria deles autoridades portuárias e alfandegárias libanesas, foram presos em uma investigação doméstica desde a explosão, cinco meses atrás.
A investigação foi interrompida no mês passado depois que dois ex-ministros acusados de negligência criminal entraram com uma moção contestando a decisão do juiz investigador Fadi Sawwan de convocá-los para interrogatório.
O Tribunal de Cassação do Líbano decidiu, na segunda-feira (11), que Sawwan poderá questionar oficiais e funcionários públicos sobre o envolvimento na explosão, permitindo que a investigação seja retomada.
O primeiro-ministro interino, Hassan Diab, foi acusado de negligência criminosa, levando à morte centenas de pessoas na investigação.
O público espera que a investigação, que os políticos prometeram em agosto que levaria apenas cinco dias, fornecerá a responsabilidade pela explosão.
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