Interpol emite aviso vermelho para prisão de capitão e proprietário do navio explosivo em Beirute

Uma vista do porto de Beirute após a explosão que abalou a capital libanesa em 4 de agosto de 2020, tirada em 23 de setembro de 2020. [Charline Bou Mansour/Monitor do Oriente Médio]

A Interpol emitiu três notificações internacionais de prisão na terça-feira (12) para o capitão e proprietário do navio que causou a explosão em Beirute em 4 de agosto, informou a Associated Press (AP).

O MH Rhosus transportou 2.750 toneladas de nitrato de amônio altamente explosivo para Beirute em 2013, quase sete anos antes de a substância explodir, em agosto de 2020.

A grande explosão deixou mais de 200 mortos, milhares de feridos e 300.000 desabrigados.

Os avisos vermelhos da Interpol são para dois russos, o capitão do navio e o empresário residente em Chipre, que comprou o navio em 2012, informou a Agência Nacional de Notícias do Líbano (NNA).

O terceiro mandado de prisão foi emitido para um comerciante de nitrato português que visitou o armazém onde a substância estava armazenada de forma insegura em 2014.

Os nomes dos três suspeitos não foram publicados pela Interpol.

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No entanto, a mídia local identificou o trio como Boris Prokoshev, o ex-capitão do navio, Igor Grechushkin, o proprietário do navio, e Jorge Manuel Mirra Neto Moreira, o comerciante português de nitrato.

Grechuskin foi interrogado no Chipre por uma equipe de investigadores libaneses em setembro, segundo a Agence France Presse (AFP).

Ghassan Khoury, promotor estadual do Líbano, solicitou mandados de prisão da Interpol para o proprietário e capitão do navio em outubro.

Um aviso vermelho é um pedido para que as autoridades policiais em todo o mundo localizem e prendam provisoriamente a pessoa nomeada em preparação para extradição ou ação legal.

Embora seja comumente visto como a coisa mais próxima de um mandado de prisão internacional, um mandado de prisão da Interpol não exige que as autoridades prendam o sujeito.

O Líbano se levantará das cinzas. [Sabaaneh/Monitor do Oriente Médio]

Quase 30 funcionários, a maioria deles autoridades portuárias e alfandegárias libanesas, foram presos em uma investigação doméstica desde a explosão, cinco meses atrás.

A investigação foi interrompida no mês passado depois que dois ex-ministros acusados de negligência criminal entraram com uma moção contestando a decisão do juiz investigador Fadi Sawwan de convocá-los para interrogatório.

O Tribunal de Cassação do Líbano decidiu, na segunda-feira (11), que Sawwan poderá questionar oficiais e funcionários públicos sobre o envolvimento na explosão, permitindo que a investigação seja retomada.

O primeiro-ministro interino, Hassan Diab, foi acusado de negligência criminosa, levando à morte centenas de pessoas na investigação.

O público espera que a investigação, que os políticos prometeram em agosto que levaria apenas cinco dias, fornecerá a responsabilidade pela explosão.

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