Boris Prokoshev, capitão do navio que carregava nitrato de amônio cuja combustão levou à enorme explosão no porto de Beirute, em agosto de 2020, declarou-se “chocado” em saber que a Interpol emitiu um alerta vermelho contra ele, devido ao desastre na capital libanesa.
“Estou chocado e não consigo entender o que poderia embasar minha prisão. Poderia entender se eu tivesse transportado a carga ao Líbano, mas estávamos a caminho de Moçambique, quando autoridades libanesas nos detiveram com a carga pois os proprietários da embarcação não haviam pago taxas aduaneiras”, relatou Prokoshev.
“O que o capitão do navio tem a ver com essa questão?”, questionou, em entrevista à Reuters, na terça-feira (12), ao insistir que as autoridades portuárias de Beirute deram efetivamente pouca atenção à carga inflamável, na ocasião.
A imprensa estatal do Líbano reportou na terça-feira que a Interpol emitiu alertas vermelhos para prender o capitão e proprietário da embarcação.
A explosão de 2.750 toneladas de nitrato de amônio, confiscados do navio MV Rhosus e armazenados inadequadamente por anos no porto de Beirute, levou à morte de 200 pessoas, além de mais de 6.000 feridos e centenas de milhares de desabrigados.
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Segundo a agência de notícias RIA Novosti, o vice-presidente do Sindicato dos Marinheiros da Rússia, Igor Kovalchuk, afirmou que o pedido do Líbano à Interpol, para prender dois cidadãos russos supostamente ligados à explosão, é um esforço político para mostrar aos libaneses avanços nas investigações.
O alerta vermelho da Interpol é frequentemente visto como análogo a um mandado de prisão internacional e representa um pedido a forças policiais de todo o mundo para localizar e prender provisoriamente um indivíduo procurado, a fim de extraditá-lo ou indiciá-lo.