Yibtalal Amero, embaixador da Etiópia no Sudão, acusou ontem (13) o exército sudanês de confiscar nove campos em solo etíope, conforme informações da agência Anadolu.
“Ficamos surpresos com os ataques do exército sudanês contra o território etíope, ao confiscar nove campos desde novembro”, declarou Amero a representantes de organizações internacionais e embaixadores estrangeiros, em Cartum, capital do Sudão.
O diplomata fez ainda um apelo pelo fim da agressão militar sudanesa contra o país vizinho, a fim de chegar a uma solução pacífica para a crise em curso.
Segundo Amero, em 1972, o comitê incumbido com a demarcação das fronteiras entre os países, não submeteu documentos para solucionar a questão agrária e o problema dos assentamentos. Portanto, argumentou, fazendeiros etíopes não podem ser removidos.
Na terça-feira (12), Moaz Ahmad Tango, chefe do Comitê para Fronteiras Nacionais do Sudão, negou todas as alegações de que forças sudanesas passaram a ocupar territórios etíopes.
“Não há nenhuma tropa sudanesa em solo etíope, mas sim no Sudão. Conhecemos a fronteira de nosso país”, declarou Tango à Anadolu.
Nos últimos dois meses, o Sudão enviou tropas a suas fronteiras orientais, em direção à Etiópia, sob pretexto de reivindicar territórios mantidos sob controle de grupos paramilitares e fazendeiros etíopes, desde 1995.
O acordo de demarcação de fronteiras entre Reino Unido e Etiópia remete ao início do século XX, em 1902, muito antes da independência sudanesa, em 1956. Divergências entre os países africanos sobre a questão continuam até hoje.
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