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Quatro pessoas são presas por ofender o presidente, na Argélia

Presidente da Argélia Abdelmadjid Tebboune na capital Argel, 19 de dezembro de 2019 [Ryad Kramdi/AFP/Getty Images]
Presidente da Argélia Abdelmadjid Tebboune na capital Argel, 19 de dezembro de 2019 [Ryad Kramdi/AFP/Getty Images]

Quatro argelinos foram condenados a seis meses de prisão nesta quarta-feira (13) por insultar o Presidente Abdelmadjid Tebboune e propagar notícias falsas, reportou a rede AFP.

Yasser Kadiri, Said Zegar e Khelil Kheyi foram sentenciados por uma corte da cidade de Timimoun, na região central da Argélia. O trio foi mantido em custódia desde dezembro, acusado de ofender Tebboune e propagar mentiras.

Um quarto suspeito, Aksassi Elhassane, professor de ensino médio detido no início de outubro, também foi condenado na cidade de Reggane, no sul do país.

As acusações pela qual foram condenados não ficaram claras, a princípio.

Todos os quatro são membros do movimento de protestos populares Hirak, mobilizado a partir de fevereiro de 2019 para depor o então presidente Abdelaziz Bouteflika, que pretendia instituir um quinto mandato consecutivo no país norte-africano.

Segundo o Comitê Nacional para a Libertação de Detentos, grupo de direitos humanos com foco na questão dos prisioneiros políticos, quase 90% das pessoas mantidas atualmente em custódia policial ou prisão tem algum vínculo com o movimento Hirak.

Bouteflika foi forçado a renunciar sob pressão de enormes protestos que tomaram as ruas da Argélia, em abril de 2019, após quase vinte anos no poder. Desde então, diversos oficiais da era Bouteflika enfrentam julgamento sob graves acusações de corrupção.

Entretanto, os protestos continuaram após a queda de Bouteflika e somente deram trégua diante das restrições impostas no início de 2020, devido à pandemia de coronavírus.

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No último ano, dois primeiros-ministros do longevo presidente, Ahmed Ouyahia e Abdelmalek Sellal, foram condenados a quinze e doze anos de prisão, acusados de corrupção. Penas adicionais foram impostas a ambos, posteriormente, em casos distintos.

Não obstante, suas sentenças foram anuladas pela Suprema Corte em novembro, após a defesa entrar com recurso. O julgamento por corrupção então recomeçou, incluindo alegações de financiamento ilegal à tentativa de reeleição de Ouyahia, em 2019.

O novo julgamento de Ouyahia, de 68 anos, teve início na última semana.

O ex-premiê confessou a venda de 60 barras de ouro ao mercado negro, após recebê-las como propina de líderes do Golfo, durante seu mandato. Ouyahia alegou não ter informado antes a promotoria sobre o ouro para não prejudicar as relações entre Argélia e aliados.

Ouyahia, que exerceu o cargo de primeiro-ministro quatro vezes, entre 1995 e março de 2019, admitiu ainda delitos relacionados à declaração de renda a autoridades tributárias do país.

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