O presidente Donald Trump ordenou aos militares americanos que incluíssem Israel no seu Comando Central (CENTCOM), que supervisiona o Médio Oriente, informou o Wall Street Journal. A mudança acontece nos dias finais de mandato do Presidente dos EUA e é a mais recente medida para moldar a agenda de segurança nacional que Joe Biden herdará.
A medida era defendida por grupos pró-Israel para encorajar a cooperação contra o Irã desde os acordos de Abraham, que levaram à normalização das relações israelenses com os Emirados Árabes Unidos e Bahrein. Trump ordenou a alteração recentemente, mas ainda não a tornou pública.
Com a medida, o Comando Central dos EUA (CENTCOM) irá supervisionar a política militar americana envolvendo Israel e também as nações árabes. A responsabilidade militar dos EUA por Israel há muito que foi atribuída ao seu comando europeu na Alemanha (EUCOM), devido à rejeição dos estados vizinhos ao estado de ocupação israelense. Desta forma, os generais americanos no Oriente Médio conseguiam interagir com estados árabes sem se associarem a Israel, que era visto como um adversário no mundo Árabe.
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Isto pode ser crítico dadas as profundas diferenças entre Israel e o Presidente eleito Joe Biden, que planeja regressar ao acordo nuclear iraniano, bem como adotar uma abordagem mais equilibrada no conflito israelo-palestiniano. Não é claro se a nova administração Biden irá defender a mudança de responsabilidade militar.
Contudo, nos últimos anos, houveram indicações de que os militares estavam avançando para que o CENTCOM desempenhasse um papel mais importante em Israel. Em 2018, o General Joseph Votel, agora aposentado, foi o primeiro chefe do CENTCOM a fazer uma visita oficial a Israel. Em 2019, o atual chefe, General Kenneth McKenzie, fez o mesmo.
Israel se tornará o 21º país sob a responsabilidade do CENTCOM. O objetivo é criar uma aliança de conveniência contra o Irã.\
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