Rached Ghannouchi, presidente do Parlamento da Tunísia e líder do proeminente movimento Ennahda, reiterou sua promessa de respeitar o regulamento interno e não concorrer novamente à presidência de seu partido.
Na quinta-feira (14), em nota à imprensa, Ghannouchi recusou o título de “guardião do movimento”, em referência à iniciativa de alguns correligionários em reelegê-lo como presidente do Ennahda, a despeito do código interno partidário.
O movimento Ennahda vivencia disputas internas sobre diversas questões, incluindo a eventual recondução de Ghannouchi à sua liderança, após presidí-lo por dois mandatos consecutivos de quatro anos cada, entre 2012 e 2020.
O Artigo 31 das normas eleitorais do Ennahda determina que nenhum membro tem o direito de manter a liderança do partido por mais de dois mandatos consecutivos.
Em setembro, cem figuras de liderança do movimento assinaram uma carta em apelo a Ghannouchi para não concorrer a um terceiro mandato.
Em dezembro, um jornal tunisiano revelou que membros do Ennahda chegaram a um acordo sobre as disputas internas, que afetaram o movimento por meses. O novo consenso tornaria Ghannouchi presidente honorário sem poderes efetivos, após o fim do atual mandato.
Segundo os relatos, Ghannouchi aceitou os termos, a fim de encerrar o conflito intrapartidário.
Além disso, a conferência geral do Ennahda foi adiada por dois anos e Ghannouchi prometeu não concorrer à liderança do grupo ou nas próximas eleições presidenciais da Tunísia. Ao contrário, permanecerá como líder do movimento em cargo simbólico.
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