O ministro da educação de Israel está proibindo grupos que chamam o país de “estado do apartheid” de fazer visitas a escolas para apresentar informações aos alunos, informou a CBS News. Yoav Galant tuitou ontem (17) que instruiu o direto- geral do ministério a “prevenir a entrada de organizações que chamam Israel de ‘um estado de apartheid’ ou rebaixar os soldados israelenses de dar palestras nas escolas”.
הנחיתי את מנכ"ל משרד החינוך לאסור על כניסתם של ארגונים המכנים את מדינת ישראל "מדינת אפרטהייד" או מבזים את חיילי צה״ל להרצאות בבתי ספר בישראל, בפרט בפני תלמידים העומדים לקראת גיוס לצה"ל.
— יואב גלנט (@yoavgallant) January 17, 2021
A medida segue a publicação de um relatório na semana passada do grupo israelense de direitos humanos B’Tselem. A organização classificou Israel como um estado de “apartheid” que “promove e perpetua a supremacia judaica entre o Mar Mediterrâneo e o Rio Jordão”.
Ecoando o relatório da ONU de 2017, que concluiu que Israel estava praticando o apartheid, o B’Tselem rejeitou o equívoco popular de que é uma democracia dentro da Linha Verde (Armistício de 1949). Argumentou que, depois de mais de meio século de ocupação, o estado deveria ser tratado como uma entidade única guiada pelo princípio de organização racista central de “avançar e perpetuar a supremacia de um grupo – judeus – sobre outro – palestinos”.
B’Tselem disse que não será desencorajado pelo anúncio do ministro. O Diretor-Geral Hagai El-Ad falou em uma escola em Haifa hoje cedo.
“Por muitos anos, expusemos nossos alunos a uma ampla variedade de opiniões de todo o espectro político de Israel”, disse a Escola Hebraica Reali. “Respeitamos o direito dos alunos de expressar sua opinião e temos orgulho de seu envolvimento em questões centrais da sociedade israelense. Mantemos diálogos respeitosos e pretendemos continuar esta tradição.”
Estabelecido em 1989 durante a primeira intifada, o B’Tselem documenta violações dos direitos humanos na Cisjordânia ocupada, Jerusalém Oriental e Faixa de Gaza. “O B’Tselem está determinado a manter sua missão de documentar a realidade, analisá-la e tornar nossas descobertas conhecidas do público israelense e mundial”, insistiu.
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