A Jordânia começou a distribuir vacinas contra a covid-19 para refugiados registrados na ONU, tornando-se um dos primeiros países do mundo a fazê-lo. A iniciativa faz parte da campanha de vacinação nacional da Jordânia lançada na semana passada e dentro da qual todos os cidadãos, refugiados e requerentes de asilo são elegíveis, gratuitamente.
De acordo com o Conselho de Direitos Humanos da ONU (UNHRC), o primeiro lote de refugiados foi vacinado na última quinta-feira (14). Quarenta e três iraquianos e sírios receberam suas doses nas cidades de Irbid e Mafraq no norte da Jordânia.
“Muitos mais se inscreveram”, disse o porta-voz do UNHRC, Francesco Burt, à emissora Voice of America, financiada pelo governo dos EUA. “Há um portal do governo onde todos precisam se registrar. Até agora, cerca de 250.000 pessoas se inscreveram, incluindo refugiados.”
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A eficácia do programa, acrescentou, depende muito da disponibilidade das doses. “O governo jordaniano tem cerca de 3 milhões de doses até agora. Ele planeja cobrir cerca de 25% da população nos próximos meses.”
Centenas de milhares de refugiados de áreas de conflito no Oriente Médio, como Síria, Iraque, Iêmen, Gaza e Líbia, se estabeleceram na Jordânia ao longo dos anos, tornando-os um grupo demográfico significativo dentro do país. Aproximadamente 80% desses refugiados vivem em áreas urbanas e estão sendo vacinados em clínicas de saúde locais.
O UNHRC disse que está trabalhando em estreita colaboração com o Ministério da Saúde da Jordânia para fornecer e administrar vacinas a sírios que vivem em campos de refugiados como Zaatari e Azraq.
No entanto, Amã e a ONU expressaram a necessidade de financiamento de ajuda adicional para atingir suas metas, com a agência da ONU, pedindo aproximadamente mais US $ 370 milhões.
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