Nesta segunda-feira (18), o Presidente dos Estados Unidos Donald Trump – cujo mandato termina amanhã (20) – condecorou o Rei do Bahrein Hamad bin Isa al Khalifa com a medalha militar da Legião do Mérito, conforme decreto executivo como comandante-chefe.
O monarca recebeu a homenagem militar “em reconhecimento de seus esforços notáveis para fortalecer as relações de amizade e sólida parceria entre Bahrein e Estados Unidos”, reportou a agência de notícias estatal do Bahrein.
O prêmio é entregue regularmente pelo presidente americano a líderes estrangeiros, como agradecimento aos laços próximos entre seus respectivos estados e por conquistas descritas como extraordinárias. Trump celebrou Hamad pela normalização com Israel.
“Sua decisão marca uma nova era de cooperação econômica e de segurança entre os mais importantes parceiros dos Estados Unidos no Oriente Médio”, declarou o presidente republicano, em seu penúltimo dia no cargo.
Prosseguiu: “O Rei Hamad desafiou ideias antigas sobre as chances de paz na região; ao fazê-lo, reformulou positivamente a paisagem da região para as próximas gerações”.
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Trump afirmou ter esperanças de que as relações entre os países continuem a crescer sob a novo governo de Joe Biden, em rara admissão de derrota, embora indireta. Hamad agradeceu o prêmio e alegou orgulho de que seu país continue a trabalhar com os Estados Unidos.
O Rei do Marrocos Mohammed VI também foi condecorado nos mesmos termos. O Emir do Kuwait Sabah al-Ahmad al-Jaber al-Sabah também recebeu a Legião do Mérito em setembro, apenas dez dias antes de sua morte.
Além disso, Bahrein e Emirados Árabes Unidos foram designados “parceiros de segurança majoritários” dos Estados Unidos, no último sábado (16). O status foi criado extraordinariamente por Trump e é único a ambos os países, até então.
O conceito está obviamente relacionado à normalização das relações entre os estados do Golfo e Israel, a partir do segundo semestre de 2020. Bahrein e Emirados abrigam operações militares americanas de larga escala.
O reino insular barenita, por exemplo, serve como base para a 5ª Frota da Marinha dos Estados Unidos.
“[A designação] reconhece nossa parceria excepcional de segurança, por exemplo, ao abrigar milhares de soldados, marinheiros, pilotos e fuzileiros americanos, além do compromisso dos países em reagir ao extremismo violento por toda a região”, explicou a Secretária de Imprensa da Casa Branca Kayleigh McEnany.
“Reflete ainda a coragem, determinação e liderança extraordinárias de ambos os países ao aderir aos Acordos de Abraaão”, alegou McEnany, em referência à normalização.
A honraria sucede ainda o fim do bloqueio imposto por Bahrein, Arábia Saudita, Egito e Emirados Árabes Unidos contra o Catar, em meados de 2017. O embargo comercial e diplomático foi justificado por acusações de apoio ao terrorismo, repudiadas pelo Catar.
Conforme mediação de Jared Kushner, genro e assessor de Trump, as negociações chegaram à recente suspensão do bloqueio, mais cedo em janeiro.
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