Diante da posse do novo Presidente dos Estados Unidos Joe Biden, na tarde de ontem (20), o governo israelense do Primeiro-Ministro Benjamin Netanyahu aprovou a construção de 2.572 novas unidades de assentamentos nos territórios ocupados de Jerusalém e Cisjordânia.
“Nossa liderança de governo, apartada da realidade, continua a pressionar por maior atividade dos assentamentos, tanto quanto possível, até os últimos minutos antes da mudança de gestão em Washington”, reportou a ong israelense Peace Now.
Segundo as informações, um total de 2.112 novas unidades residenciais serão instaladas nos assentamentos ilegais espalhados por toda a Cisjordânia, enquanto as 460 unidades restantes serão distribuídas em assentamentos em Jerusalém Oriental ocupada.
O grupo de direitos humanos denunciou que a medida foi tomada apenas alguns dias após aprovação similar de 780 novas unidades coloniais na Cisjordânia.
Somente no ano de 2020, reiterou a ong, Israel aprovou ou avançou na construção de mais de 12.000 unidades residenciais nos assentamentos, maior índice em um único ano desde o início do monitoramento, em 2012, apesar da pandemia de coronavírus.
Segundo a imprensa local, Tel Aviv quis aproveitar a janela de oportunidade até os últimos instantes da presidência de Donald Trump, forte aliado do expansionismo israelense, para aprovar o maior número possível de unidades coloniais nos territórios ocupados.
O governo israelense está aparentemente receoso de que não possa manter o ritmo na construção dos assentamentos ilegais em terras palestinas, durante o mandato democrata.
Barack Obama, a quem Biden serviu como vice-presidente, descrevia os assentamentos como obstáculo para a paz. Seu mandato terminou em 2016, com a vitória do magnata republicano, que avançou uma série de políticas em franco detrimento do povo palestino.
Todos os assentamentos israelenses são considerados ilegais segundo a lei internacional.
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