Pelo menos 43 pessoas morreram na terça-feira (19), depois que um barco que transportava migrantes virou na costa da Líbia.
O barco teve problemas quando seu motor parou devido às más condições climáticas, poucas horas depois de deixar a cidade líbia de Zawra, na manhã de terça-feira.
Dez passageiros sobreviveram ao naufrágio e foram resgatados e trazidos para a costa pela Segurança Costeira em Zwara.
Lá, os homens, que eram principalmente da Costa do Marfim, Nigéria, Gana e Gâmbia, receberam assistência emergencial do Comitê de Resgate Internacional (IRC) e da equipe da Organização Internacional para as Migrações (IOM).
Os 43 mortos também eram principalmente homens de origem na África Ocidental, informou a Organização das Nações Unidas (ONU).
Uma declaração conjunta da Agência das Nações Unidas para os Refugiados (ACNUR) e da OIM informou que a tragédia foi o primeiro naufrágio de 2021 no Mediterrâneo Central, acrescentando que as agências da ONU estavam “profundamente entristecidas” pelo trágico evento.
Quase 1.000 migrantes morreram em incidentes semelhantes em 2020, mas a ONU alertou que o número real de mortes pode ser muito maior devido à capacidade limitada de monitorar as rotas.
LEIA: Negociações sobre autoridade executiva da Líbia são suspensas, em Genebra
Em novembro, pelo menos 74 migrantes morreram depois que o barco que os transportava pelo Mediterrâneo naufragou.
Em setembro, 17 egípcios da vila de Dahmasha, na província de Sharkia, morreram afogados na costa da Líbia quando seu barco virou.
Em resposta ao último naufrágio, a OIM e o ACNUR reiteraram seu apelo para o reinício das operações de busca e resgate lideradas pelo Estado no Mediterrâneo.
As operações, disseram as agências, devem interromper o retorno de migrantes a portos inseguros e estabelecer um esforço continental seguro para ajudar os países que recebem um grande número de chegadas.
Um porta-voz da Alarm Phone, uma linha direta para refugiados em perigo no mar, também disse que as operações lideradas pelo Estado deveriam ser retomadas, informou o Guardian.
“Esta perda de vidas destaca mais uma vez a necessidade de reativação das operações de busca e resgate lideradas pelo estado, uma lacuna que ONGs e navios comerciais estão tentando preencher, apesar de seus recursos limitados”, disse um comunicado da Alarm Phone.
A organização também disse ao Guardian que as últimas mortes foram o resultado da política de fronteiras europeia e da detenção de barcos de resgate de ONGs, que impediu equipes de resgate de operar no Mediterrâneo.
Seis navios de ONGs estão atualmente impossibilitados de operar, disse a Alarm Phone, enquanto apenas uma ONG, a SOS Méditerranée, tem permissão para realizar missões de busca e salvamento.
LEIA: Três morrem na explosão da academia da marinha da Líbia a oeste de Trípoli