O regime sírio de Bashar al-Assad “não tem para onde ir” e “não pode escapar” de ser responsabilizado internacionalmente, afirmou Joel Rayburn, ex-enviado especial dos Estados Unidos à Síria, no Twitter, horas após deixar o cargo com a posse de Joe Biden.
“De Washington, vemos claramente que o regime de Assad não pode escapar das pressões do Ato Caesar [sanções]. Tampouco pode superar seu isolamento internacional. Minha mensagem a Damasco ao fim de meu mandato: você não tem para onde ir”, escreveu Rayburn.
From Washington we see clearly that the Assad regime cannot escape the pressure of the Caesar Act. Nor can it overcome its international isolation. My message to Damascus at the end of my tenure is this: you have nowhere left to go. You have no choice but to accede to 2254.
— Joel Rayburn (@joel_rayburn) January 19, 2021
‘Minha mensagem a Damasco ao fim de meu mandato: você não tem para onde ir’, alerta diplomata americano Joel Rayburn
Rayburn, ex-Secretário Assistente para Assuntos do Levante, reiterou que Damasco chegou a seu limite e não tem alternativa senão ceder à resolução 2254 do Conselho de Segurança da ONU, de 2015, que determina cessar-fogo, solução política e transição de poder na Síria.
Em outra postagem, Rayburn alegou esperanças de que o povo sírio possa eventualmente desfrutar da “alegria e orgulho de uma transição pacífica de poder”, em referência ao fim de mandato de Donald Trump, a despeito da invasão ao Capitólio, no início de janeiro.
رسالتي إلى أصدقائي السوريين لا تقلقوا لأن أمريكا قوية والشعب الأمريكي متوحد وسيكون دوما هناك انتقال سلس للسلطة في الولايات المتحدة. إنه شيء نفتخر ونسعد به. وأنا أتمنى وأدعو الله لكل أصدقائي السوريين وواثق أنه سيحصل يوما ما أن يكون لديكم ذات السعادة والفخر pic.twitter.com/QZB9a9gU2a
— Joel Rayburn (@joel_rayburn) January 20, 2021
‘Estendo minhas orações a meus amigos sírios para que um dia possam vivenciar uma transição pacífica de poder em seu país’, afirma Joel Rayburn, em vídeo
A renúncia de Rayburn do Departamento de Estado foi esclarecida na última semana, supostamente não motivada por questões políticas ou pessoais. “Trata-se de uma rotação normal da equipe que ocorre durante a transição de governo”, afirmou o diplomata.
Biden deve indicar em breve um novo enviado especial à Síria, mas há receios de que sua administração adote medidas similares a seus predecessores, ao aplicar uma política internacional intervencionista para o Oriente Médio.
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