Regime de Assad ‘não tem para onde ir’, afirma ex-enviado especial dos EUA

Joel Rayburn, ex-enviado especial dos Estados Unidos à Síria, em 29 de outubro de 2019 [Fabrice Coffrini/AFP/Getty Images]

O regime sírio de Bashar al-Assad “não tem para onde ir” e “não pode escapar” de ser responsabilizado internacionalmente, afirmou Joel Rayburn, ex-enviado especial dos Estados Unidos à Síria, no Twitter, horas após deixar o cargo com a posse de Joe Biden.

“De Washington, vemos claramente que o regime de Assad não pode escapar das pressões do Ato Caesar [sanções]. Tampouco pode superar seu isolamento internacional. Minha mensagem a Damasco ao fim de meu mandato: você não tem para onde ir”, escreveu Rayburn.

‘Minha mensagem a Damasco ao fim de meu mandato: você não tem para onde ir’, alerta diplomata americano Joel Rayburn

Rayburn, ex-Secretário Assistente para Assuntos do Levante, reiterou que Damasco chegou a seu limite e não tem alternativa senão ceder à resolução 2254 do Conselho de Segurança da ONU, de 2015, que determina cessar-fogo, solução política e transição de poder na Síria.

Em outra postagem, Rayburn alegou esperanças de que o povo sírio possa eventualmente desfrutar da “alegria e orgulho de uma transição pacífica de poder”, em referência ao fim de mandato de Donald Trump, a despeito da invasão ao Capitólio, no início de janeiro.

‘Estendo minhas orações a meus amigos sírios para que um dia possam vivenciar uma transição pacífica de poder em seu país’, afirma Joel Rayburn, em vídeo

A renúncia de Rayburn do Departamento de Estado foi esclarecida na última semana, supostamente não motivada por questões políticas ou pessoais. “Trata-se de uma rotação normal da equipe que ocorre durante a transição de governo”, afirmou o diplomata.

Biden deve indicar em breve um novo enviado especial à Síria, mas há receios de que sua administração adote medidas similares a seus predecessores, ao aplicar uma política internacional intervencionista para o Oriente Médio.

LEIA: Embaixador dos EUA afirma que Assad entregou a soberania da Síria

Sair da versão mobile