Neste domingo (24), o Emir do Kuwait insistiu em indicar Sabah al-Khalid al-Sabah como primeiro-ministro, apesar da renúncia de seu gabinete na última semana, diante de um impasse no parlamento sobre a convocatória do premiê para explicar sua escolha de ministros.
As informações são da agência Reuters.
O Emir Nawaf al-Ahmed al-Sabah enfrenta sua primeira crise política desde que chegou ao trono, em setembro de 2020. O monarca incumbiu o sheikh Sabah de nomear um novo governo, que deveria ser aprovado pelo legislativo, segundo a agência de notícias KUNA.
O governo em exercício renunciou após pouco mais de um mês de formação, devido aos incisivos confrontos com o parlamento.
A situação dificulta ainda mais os esforços do governo para lidar com a grave crise de liquidez no rico estado-membro da Organização dos Países Exportadores de Petróleo (OPEP), decorrente do baixo preço do produto e da pandemia de coronavírus.
Embates e impasses frequentes entre o gabinete de governo e a assembleia eleita levaram a sucessivas trocas de ministros e dissolução do parlamento, ao longo das décadas, obstruindo possíveis investimentos e reformas fiscais e econômicas.
Mais cedo, em janeiro, a oposição kuwaitiana obteve uma vitória parlamentar significativa, ao reunir mais de 30 votos favoráveis entre 50 deputados e aprovar a convocação de Sabah, premiê desde o fim de 2019, para prestar esclarecimentos perante a câmara.
A moção descreveu o gabinete de Sabah como incompatível com as eleições legislativas do último ano e denunciou a “interferência” do governo nas eleições do presidente da assembleia legislativa e membros de comitês parlamentares.
O Kuwait possui o mais vibrante sistema político entre os estados árabes do Golfo. O parlamento tem liberdade para aprovar e obstruir projetos de lei e questionar ministros. Porém, postos de alto escalão ainda são ocupados por membros da família que governa o país.
O emir tem a palavra final em assuntos do estado.
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