Nesta segunda-feira (25), aniversário de dez anos da revolução egípcia, a Campanha Contra o Comércio de Armas (CAAT), organização não-governamental, reiterou seus apelos para que o governo do Reino Unido suspenda a venda de armas e apoio ao Egito.
Em nota, o grupo denunciou o regime militar egípcio, liderado pelo general e presidente Abdel Fattah el-Sisi, pelo massacre de manifestantes e tortura contra dissidentes.
Desde o levante de dezoito dias, que depôs o longevo ditador Hosni Mubarak, o governo britânico concedeu £218 milhões (US$297.6 milhões) em armas ao Egito, ao descrever o país norte-africano como “mercado de base” para a venda de armas.
Contudo, abusos de direitos humanos superam recordes históricos no Egito, com casos de desaparecimento forçado, tortura sistemática e negligência médica deliberada contra opositores ou críticos do regime.
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Desde 2013, quando o então Ministro da Defesa Abdel Fattah el-Sisi tomou o poder, via golpe militar contra o primeiro presidente democraticamente eleito do país, seu exército combate uma dura guerra contra o suposto terrorismo na província do Sinai do Norte
Porém, as ofensivas do regime resultaram na destruição massiva de residências civis e desaparecimento forçado de milhares de pessoas, incluindo crianças.
Em agosto de 2013, o exército consolidou sua política de repressão sob Sisi ao cometer o infame massacre de Rabaa, no qual respondeu a protestos sit-in com tanques de guerra e franco-atiradores. Mil manifestantes foram mortos.
Após a chacina, o Reino Unido suspendeu a venda de armas ao Egito, mas restituiu a maior parte do comércio apenas dois meses depois, em ato vastamente criticado por grupos de direitos humanos de todo o mundo.
A União Europeia propôs um embargo de armas ao Egito, porém, bastante limitado e debilitado por seu caráter voluntário.