Um oficial sênior do Corpo da Guarda Revolucionária Islâmica (IRGC) do Irã afirmou que tem a capacidade de afundar qualquer navio de guerra dos EUA que se desvie muito perto de sua costa. O comentário do general estabelece um tom hostil no início da administração do presidente dos Estados Unidos, Joe Biden.
“Se a presença dos Estados Unidos nas águas internacionais perto do Irã é considerada uma ameaça ao país, graças ao nosso poder de dissuasão e superfície a superfície, superfície a ar, superfície a costa, costa a costa, mísseis costa-mar e mar-mar, temos a capacidade de destruir navios americanos”, disse o general Rahim Noei-Aghdam à agência estatal de notícias Mehr, na segunda-feira (25).
“Em contraste com as forças americanas na Ásia Ocidental, que são incapazes de agir, a inteligência, a mobilidade, a luta, o poder, a força, a coesão, a unidade e a moral das forças da Frente de Resistência, especialmente as forças armadas da República Islâmica do Irã, são bem conhecidos.”
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Embora tais ameaças e retórica sejam regularmente expressas por líderes políticos e militares iranianos, o aviso dado por Noei-Aghdam vem menos de uma semana após a posse de Biden, em um momento em que muitos ainda estão especulando sobre quais serão as políticas de seu governo em relação ao Irã.
Ao longo de sua campanha eleitoral, Biden expressou intenções para retornar ao Plano de Ação Global Conjunto (JCPOA), assinado em 2015 por Irã e EUA, Grã-Bretanha, França, Alemanha, China e Rússia. Esse acordo, no qual o Irã concordou em limitar suas capacidades nucleares, foi abandonado pelos EUA em 2018, quando o presidente Donald Trump se retirou unilateralmente.
De acordo com relatórios recentes, Biden deve se encontrar com o chefe da agência de inteligência de Israel, Mossad, no mês que vem, a fim de definir as condições para o retorno da América ao JCPOA. Embora o próprio Irã tenha expressado sua vontade de reativar o acordo, apesar de continuar a avançar suas capacidades nucleares, afirmou que não haverá mudanças nos termos anteriores e que os EUA não têm um tempo infinito para decidir o que vai fazer.