O Escritório do Alto Comissariado das Nações Unidas para os Direitos Humanos condenou hoje “fortemente” uma série de execuções no Irã desde meados de dezembro de 2020. Entre os mortos estão pessoas de grupos minoritários no país.
Em uma postagem no Twitter, o órgão da ONU disse que pelo menos 28 pessoas foram executadas desde meados de dezembro. “Instamos as autoridades [no Irã] a suspender a execução iminente de Javid Dehghan, a rever o seu caso e outros casos de pena de morte de acordo com a lei de direitos humanos”, acrescentou.
🇮🇷#Iran: We strongly condemn the series of executions – at least 28 – since mid-December, including of people from minority groups. We urge the authorities to halt the imminent execution of Javid Dehghan, to review his and other death penalty cases in line with human rights law.
— UN Human Rights (@UNHumanRights) January 29, 2021
Dehgan é um prisioneiro da minoria Baluch do Irã e está no corredor da morte depois de ser considerado culpado de crimes políticos e de segurança. Segundo fontes citadas pela ONG local Iran Human Rights, ele deve ser executado amanhã.
Em 31 de dezembro, a porta-voz do escritório de direitos da ONU, Ravina Shamdasani, disse em uma coletiva de imprensa sobre uma execução no Irã naquele dia. “Mohammad Hassan Rezaiee foi executado por um crime que teria cometido quando tinha 16 anos”, explicou ela. A execução de tais infratores é “categoricamente proibida” pelo direito internacional. “O Irã é obrigado a cumprir essa proibição.”
Shamdasani citou a chefe de Direitos Humanos da ONU, Michelle Bachelet, dizendo: “Também estamos consternados que essa execução tenha ocorrido apesar das intervenções e do envolvimento do Escritório de Direitos Humanos da ONU com o Governo do Irã nesta questão”.
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A porta-voz observou que há alegações profundamente preocupantes de que confissões forçadas extraídas por meio de tortura foram usadas na condenação de Rezaiee. “E há inúmeras outras preocupações sérias sobre as violações de seus direitos a um julgamento justo”, ela apontou.
A ONU disse que exortou repetidamente o Irã a cessar a “prática terrível” de executar crianças infratoras. “No entanto, pelo menos 80 crianças consideradas infratoras continuam no corredor da morte.”