Já se passaram dez anos desde a Sexta-feira da Fúria, em 28 de janeiro de 2011, que muitos revolucionários descreveram como o dia mais importante do levante da Primavera Árabe no Egito.
As manifestações contra o regime de Hosni Mubarak começaram no dia 25 de janeiro, quando as pessoas saíram às ruas para protestar contra a brutalidade policial e exigir democracia e o fim da corrupção.
No Dia da Fúria, os manifestantes foram convidados a deixar suas cidades de origem, onde protestam até hoje, e se juntar a centenas de milhares de outros na Praça Tahrir.
A polícia disparou gás lacrimogêneo, atirou contra os manifestantes e usou canhões de água contra a multidão. O primeiro manifestante foi morto a tiros naquele dia na cidade de Suez.
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À medida que os números aumentavam, o regime ficava cada vez mais nervoso. Em 28 de janeiro, o então presidente Hosni Mubarak fechou os serviços de Internet e as linhas de comunicação na tentativa de impedir a concentração de manifestantes.
Ocorreu o efeito oposto. Enquanto a família e os amigos lutavam para encontrar seus entes queridos, eles próprios dirigiram-se à praça para ver como estavam, o que aumentou os números.
O toque de recolher às 18h foi totalmente desconsiderado pelos manifestantes que continuaram a acampar na praça.
O regime fez mais uma tentativa de dissuadir os manifestantes em 2 de fevereiro, quando enviou trabalhadores turísticos da vila de Nazlet El-Semman para a praça a camelo e a cavalo para atacar as pessoas.
No entanto, os manifestantes conseguiram rechaçá-los e, novamente, o ataque teve o efeito oposto – mais pessoas do que nunca compareceram à praça no dia seguinte.
Em 11 de fevereiro de 2011, Hosni Mubarak renunciou.
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