Chanceler do Irã encontra-se com Talibã, pede governo inclusivo

O Ministro de Relações Exteriores do Irã Mohammad Javad Zarif reivindicou neste domingo (31) a formação de um governo inclusivo no vizinho Afeganistão, ao reunir-se com uma delegação do Talibã em visita a Teerã.

As informações são da agência Anadolu.

Na ocasião, Zarif defendeu que a formação de um governo absolutamente inclusivo no Afeganistão deve contar com a participação de todos os grupos étnicos e políticos do país devastado pela guerra.

“Decisões políticas não são feitas em um vazio e a formação de um governo inclusivo deve ocorrer ao longo de um processo participatório, levando em consideração as estruturas, leis e instituições fundamentais do país, como a Constituição”, declarou o chanceler.

Zarif também expressou disposição do regime iraniano para facilitar o diálogo entre o governo afegão, o movimento Talibã e outros grupos nacionais.

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A delegação do Talibã, liderada pelo vice-líder da organização, Abdul Ghani Baradar, chegou em Teerã na terça-feira (26), sob convite de diálogo feito por oficiais do regime iraniano.

No dia seguinte, a delegação reuniu-se com Ali Shamkhani, secretário do Conselho Supremo de Segurança do Irã, que acusou os Estados Unidos de “criar um impasse” nas conversas de paz em âmbito doméstico sobre o Afeganistão.

Shamkani fez um apelo por “envolvimento de todos os grupos afegãos” no processo que decidirá o destino do país, ao alertar que Teerã não reconhecerá qualquer grupo que tome o poder por vias de guerra.

A visita do Talibã ao Irã ocorre em meio à segunda rodada de negociações internas sobre o Afeganistão, realizada em Doha, capital do Catar, e retomada neste mês de janeiro. O diálogo, porém, não avançou, apesar do pico de violência em solo afegão.

Contatos entre Irã e Talibã aumentaram recentemente. Figuras de liderança do grupo passaram a visitar Teerã e deliberar com oficiais iranianos, com certa frequência.

Nos últimos anos, o Irã decidiu apoiar a inclusão do Talibã na futura estrutura política do Afeganistão, ao reiterar suas exigências pela retirada completa das forças militares dos Estados Unidos, instaladas no país há quase duas décadas.

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