Na madrugada de quinta-feira (28), a polícia israelense adentrou no bairro de Issawiya, em Jerusalém ocupada, invadiu uma residência palestina e prendeu um menino de 13 anos de idade e seu irmão de 18 anos.
Em entrevista ao jornal isralense Haaretz, o menino de 13 anos relatou que a polícia o agrediu com uma arma de choques elétricos e o espancou durante o interrogatório, executado na ausência de seus pais.
O menino indicou que a polícia israelense invadiu sua casa em torno das 3 horas da manhã.
Ao referir-se ao menor de idade como “M.”, a fim de preservar sua identidade, o jornal destacou que a polícia o manteve detido por 12 horas, antes de emitir ordens arbitrárias para sua prisão domiciliar pelo período de cinco dias.
M. denunciou ter sofrido tortura, agressões físicas e verbais pelas mãos da polícia da ocupação israelense durante o longo período no qual foi detido e isolado.
Autoridades de Israel negaram os abusos e alegaram legalidade para a prisão.
“Eles nos jogaram no chão, eu e meu irmão”, relatou o menino. “Eles nos bateram, nos algemaram e nos levaram antes mesmo que eu pudesse colocar os sapatos. Eu segurava os sapatos na mão e perguntei aos policiais se poderia colocá-los. Eles me deram um tapa e me vendaram”.
M. destacou ter permanecido três horas com as mãos atadas atrás das costas, sentado sobre seus joelhos. Quando enfim caiu no chão, exausto, um policial o chutou violentamente. Somente então, foi levado para o interrogatório.
Segundo o Haaretz, quatro policiais interrogaram o menino, acusado vagamente de atirar pedras. A despeito de seus direitos, disseram que o pai do menor não poderia estar presente para não interromper o interrogatório.
Os policiais alegaram ter um vídeo no qual o menino atirava pedras. Entretanto, 12 horas depois, M. foi solto. Seu irmão permanece preso.
Reportou o pai dos jovens: “Estávamos dormindo quando ouvimos uma forte explosão. Olhei à minha volta e vi seis policiais batendo nos meus filhos e disparando armas de choque contra eles. Um policial disparou contra minha cabeça e me feriu. Então me bateu no rosto”.
“Meu irmão veio de uma casa na vizinhança para ver o que estava acontecendo. Jogaram ele no chão e também lhe deram choque”, prosseguiu.
“Um dos policiais me disse que vieram à minha casa para se vingar de mim e meus filhos. Ele proferiu vulgaridades para me insultar. Suas ofensas foram ainda piores do que as agressões. Ele me agarrou pelo pescoço e continuou a me ofender”.
O pai de família descreveu então a situação do menino no momento da prisão: “Eu olhava para meu filho e ele tremia por causa dos choques elétricos. Ele tentou se aproximar de mim, mas eles não deixaram”.
“Mesmo a polícia de fronteira não entendeu porque nos bateram”, concluiu o cidadão palestino.