Neste sábado (30), o governo iraniano anunciou seu repúdio aos comentários do Presidente da França Emmanuel Macron sobre a possibilidade de um novo acordo nuclear com Teerã, segundo informações da agência Anadolu.
Saeed Khatibzadeh, porta-voz do Ministério de Relações Exteriores do Irã, defendeu o acordo nuclear – também conhecido como Plano de Ação Conjunta Global – como “tratado internacional multilateral embasado pela Resolução 2231 do Conselho de Segurança da ONU”.
“Não é de modo algum renegociável e seus termos são definitivos e imutáveis”, reiterou.
O oficial iraniano exortou Macron a comedir-se e evitar posturas equivocadas e apressadas.
Na sexta-feira (29), Macron alegou que a Arábia Saudita deveria envolver-se nas negociações da retomada do acordo nuclear, assinado em 2015 e revogado unilateralmente pelo então Presidente dos Estados Unidos Donald Trump, três anos depois.
LEIA: Os EUA devem retornar ao acordo nuclear, cobra Irã
“Caso os oficiais franceses estejam preocupados com a enorme venda de armas aos estados árabes do Golfo, então é melhor que revisem suas políticas”, declarou Khatibzadeh.
“Armas ocidentais não apenas massacraram milhares de iemenitas, como também são a principal razão para a instabilidade no Golfo”, prosseguiu. “Sem suspender o fluxo de armas da França, Reino Unido, Estados Unidos e outros, não podemos esperar paz nesta delicada região”.
Khatibzadeh observou que os Estados Unidos decidiram retirar-se do acordo por conta própria e que a Europa não foi capaz de mantê-lo, em seguida.
Segundo o oficial iraniano, para recuperar o pacto nuclear, os Estados Unidos devem retomar os termos acordados e suspender todas as sanções impostas a Teerã durante o mandato do ex-presidente Donald Trump.