O governo do Catar anunciou ontem (31) que pretende aumentar sua assistência financeira à Faixa de Gaza, de aproximadamente US$240 milhões a US$360 milhões por ano.
“Este valor será utilizado para pagar os salários de funcionários, conceder assistência a famílias carentes e manter o funcionamento de usinas de energia, a fim de conter o agravamento da situação humanitária na Faixa de Gaza”, declarou Doha, em nota.
Segundo o jornal Times of Israel, o enviado catariano Mohammad Al-Emadi chegou a Gaza neste domingo (31), para anunciar os projetos de Doha. Al-Emadi destacou que a solidariedade e o apoio internacional a Gaza é “atualmente fraco, diferente de dez anos atrás”.
Desde 2018, o estado do Golfo concede subsídios a famílias pobres de Gaza como parte de um acordo de cessar-fogo entre Israel e grupos da resistência palestina.
Entretanto, o pequeno território palestino continua sob rigoroso cerco da ocupação israelense, desde meados de 2007.
Um relatório da ONU de junho de 2018 destacou que 53% dentre os dois milhões de habitantes de Gaza vivem na pobreza e 80% dependem de ajuda internacional.
LEIA: Bloqueio israelense resulta em perdas de US$16.5 bilhões à economia de Gaza
Ismail Haniyeh, chefe do gabinete político do movimento palestino Hamas, agradeceu o Catar pelo apoio contínuo aos palestinos sitiados.
Declarou Haniyeh: “Este apoio é uma extensão da leal atitude do Estado do Catar em atenuar o cerco contra nosso povo em Gaza e contra o povo palestino em geral. Prova a dimensão dos laços entre os povos da Palestina e do Catar”.
Gaza continua paralisada, devido aos 14 anos de cerco imposto por Israel, com apoio do Egito.
O bloqueio brutal limita a entrada e saída de produtos, inclusive alimentos e remédios. A pandemia de coronavírus agravou ainda mais a situação, quando autoridades tiveram de assumir medidas de lockdown para conter a propagação da doença.