Duzentos acadêmicos e imãs da Mauritânia emitiram uma fatwa no domingo (31) para condenar uma eventual normalização entre o país africano e Israel.
“[Relações] com a entidade sionista, que usurpou a terra da Palestina e ocupou Jerusalém e seus lugares sagrados, devem ser proibidas e inadmissíveis de qualquer maneira”, destacou o pronunciamento.
Segundo a rede de notícias RT, o grupo de acadêmicos signatários reuniu-se em um seminário realizado na Mesquita al-Tawfiq, na capital Nouakchott.
“A normalização representa apoio absoluto ao cerco, assassinato e destruíção executados pelos usurpadores sionistas e nada tem a ver com reconciliação”, prosseguiu a fatwa.
Os estudiosos islâmicos enfatizaram que a normalização é hoje um dos maiores tabus para o Islã, ao considerá-la como sinal de lealdade e aliança com o inimigo, além de cooperação em vários campos contra a própria religião e os muçulmanos.
O comunicado exortou o governo da Mauritânia a cumprir promessas prévias, quando afirmou não ter qualquer intenção de normalizar laços com Israel.
O ex-presidente Mohamed Ould Abdel Aziz decidiu congelar relações entre Mauritânia e Israel em 2009, após a brutal guerra contra Gaza. Em 2010, as relações entre os países foram suspensas permanente e oficialmente e o embaixador israelense foi expulso de Nouakchott.
Organizações e forças políticas do país reverberaram sua recusa aos recentes acordos de normalização assinados entre países árabes e Israel, sob iniciativa do ex-Presidente dos Estados Unidos Donald Trump.
O último destes acordos foi assinado pelo vizinho Marrocos, em dezembro.