O Egito negou ontem (2) que as novas rotas comerciais de Israel entre o Mar Vermelho e o Mediterrâneo terão qualquer impacto ao uso do Canal de Suez.
A Autoridade de Suez afirmou em nota que o canal permanecerá a rota mais curta e segura entre Ocidente e Oriente, dado que contêineres transportados pela via artificial podem carregar maior quantidade de bens sob custo menor do que rotas terrestres.
A declaração serve de resposta a relatos da imprensa árabe de que Suez será negativamente afetado por rotas comerciais por terra que Israel pretende estabelecer, sobretudo para transportar petróleo e derivados do porto de Eilat, no Mar Vermelho, ao porto de Ashkelon.
Segundo a Autoridade de Suez, o tráfego mantém índices normais. Em 2020, a receita atingiu US$5.61 bilhões, com 18.829 navios e 1.17 bilhões de toneladas em carga útil que atravessaram o canal, segundo maior índice líquido anual na história da via marítima.
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Prosseguiu o comunicado: “Esperamos que o impacto do gasoduto, quando operacional, não exceda 12 a 16% do volume de petróleo cru em direção norte”.
A declaração reiterou ainda que os países do Golfo exportam grandes quantidades de petróleo cru ao mercado asiático, especialmente China, Índia, Coreia do Sul e Japão.
No último trimestre de 2020, a empresa israelense Europe-Asia Lines e a empresa emiradense MED-RED Land Bridge Ltda. assinaram um memorando de entendimento para cooperação no campo de transportes de petróleo cru entre países do Golfo.
O acordo pretende construir e desenvolver infraestrutura para transportar petróleo dos estados do Golfo ao mercado europeu. A maior parte deste comércio passa hoje por Suez.
Segundo a revista Foreign Policy, o tráfego comercial no Canal de Suez deve cair mais de 17% após o início das operações do gasoduto Eilat-Ashkelon, como resultado do recente pacto entre Israel e Emirados Árabes Unidos.
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