O Líbano aumentou em 20% o preço do pão e da farinha, itens subsidiados, pela quarta vez em menos de um ano, apesar da população ainda sofrer com a pior crise econômica e social da história do país.
O Ministro da Economia Raoul Nehme, representando o governo em exercício, anunciou a decisão na segunda-feira (1°) e alegou aumento no preço do trigo em âmbito global e aumento no valor do dólar, a fim de justificar a carestia de produtos essenciais no Líbano.
Nehme afirmou que o preço de um pequeno saco de pão árabe, que hoje custa 1.250 liras libanesas, passará ao valor de 1.750 liras, e que o peso do pacote aumentará em 50 gramas.
O ministro prometeu que sua equipe voltará a analisar os preços caso a moeda local recupere seu valor perante o dólar ou caso haja queda nos preços do trigo.
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O Líbano vivencia a pior crise econômica em sua história, agravada por um impasse político e pela pandemia de coronavírus.
Segundo o Fundo Monetário Internacional (FMI), os preços no país aumentaram em 144% e mais da metade do povo libanês vive atualmente abaixo da linha da pobreza. Dezenas de milhares perderam seus empregos e fontes de renda.
Na última semana, Trípoli, maior cidade no norte do país, com um dos maiores índices de pobreza, vivenciou protestos populares contra o governo. Confrontos com a polícia resultaram em centenas de feridos e na morte de um manifestante.