O primeiro-ministro sudanês, Abdalla Hamdok, recebeu na segunda-feira a lista de indicações de 17 candidatos da aliança Forças da Liberdade e Mudança (FFC), membro da coalizão no poder, para o novo governo a ser formado nesta semana.
A entrega aconteceu durante uma reunião entre Hamdok e uma delegação do comitê de nomeações do FFC, informou a agência oficial de notícias do Sudão (SUNA).
O membro do comitê de nomeação do FFC, Ibrahim Al-Sheikh, disse: “O comitê fez grandes esforços que foram coroados com o preenchimento de uma lista dos 17 ministérios com os quais a aliança está preocupada e a entregou ao primeiro-ministro.”
Al-Sheikh acrescentou, de acordo com a mesma fonte, que “estas nomeações foram sujeitas a um exame com critérios precisos relacionados com uma adequada consciência política sobre os desafios que o país enfrenta, além da qualificação e experiência académica.”
“Essas nomeações expressam a diversidade e pluralidade do Sudão.”
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Al-Sheikh indicou que a Frente Revolucionária, que inclui vários movimentos armados, deve entregar suas indicações hoje em relação aos sete ministérios que ocupam.
De acordo com o documento constitucional, os candidatos às pastas de defesa e do interior são indicados pelo conselho militar.
Hamdok afirmou recentemente que o novo gabinete incluirá 25 ou 26 ministérios (em vez de 21), confirmando que o próximo governo será mais eficaz.
A remodelação do governo vem de acordo com um tratado de paz assinado meses atrás com os movimentos armados que abriu caminho para o estabelecimento dos conselhos de transição.
Em 3 de novembro, o Conselho de Soberania e o Conselho de Ministros do Sudão alteraram o documento constitucional, segundo o qual o atual governo de transição foi formado em 5 de setembro de 2019.
O documento constitucional é o primeiro texto soberano a ser redigido desde que a liderança do exército demitiu Omar Al-Bashir em 11 de abril de 2019 sob as pressões de protestos populares.
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