Os Emirados Árabes Unidos (EAU) estabeleceram uma rede eletrônica de espionagem que incluía “ex-membros da Agência de Segurança Nacional dos Estados Unidos, com objetivo de espionar o Catar”, reportou o jornal The New York Times.
A reportagem destacou que o propósito da rede de hackers era provar que Doha financiava grupos considerados terroristas, como a Irmandade Muçulmana, no Oriente Médio.
Segundo as informações, o governo emiradense ofereceu salários bastante altos a membros da rede de espionagem, até quatro vezes maior do que remunerações prévias.
“Fomos seduzidos por ofertas financeiras sob o pretexto de trabalhar para um governo aliado de Washington”, relatou um ex-membro da rede de hackers ao New York Times.
Os Emirados Árabes Unidos ainda não comentaram o caso.
Em 5 de janeiro, Arábia Saudita, Emirados, Bahrein e Egito assinaram um acordo de reconciliação com o Catar para retomar relações suspensas desde 2017, quando a coalizão liderada por Riad acusou Doha de apoiar grupos terroristas.
O Catar nega veementemente as alegações.
Em dezembro de 2020, foi revelada uma rede de espionagem criada por uma empresa israelense, supostamente a serviço de Emirados e Arábia Saudita, que invadiu telefones e computadores de dezenas de jornalistas da rede catariana Al Jazeera.
O ataque contra profissionais da Al Jazeera foi descoberto pelo jornalista investigativo Tamer Almishaal, que buscou ajuda do centro de pesquisa Citizen Lab, na Universidade de Toronto, para averiguar suspeitas de que seu celular foi invadido por hackers.
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